FlatOut!
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Project Cars Project Cars #263

Project Cars #263: meu Chevette Tubarão V6 Vortec finalmente ficou pronto!

No último post tudo parecia estar direito. Mas não. Imprevistos sempre acontecem.  A casa nova ficou pronta e eu me mudei. Mudança de acumulador não é assim facil. Junto com isso me aposentei depois de quase 29 anos de banco. Junto com isso tudo ainda comprei um elevador novo para melhorar a oficina da casa nova. E junto com tudo isso, este caos todo, eu meti o Tubinha no elevador e ele ficou lá um bom tempo de castigo.

Ele serviu como inauguração do elevador e acabou ficando lá muito mais tempo que eu imaginava. Subiu dia 31/12/2016 e desceu no início de maio. O que tinha de ser feito, que era algo simples, foi feito em ridículas duas horas. Um suporte bem simples para localizar de forma correta e sem movimentos indesejados que atrapalhavam o funcionamento. Agora não mais.

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O carro tem uma necessidade de um diferencial mais longo. O plano é catar uma coroa e pinhão mais longos 39X11 de Opala quatro-cilindros e adaptar nele (é o mesmo dos Chevettes automáticos, que não se consegue mais) e depois colocar rodas aro 14 na traseira. Eu consegui apenas rodas “Cruz de Malta” de época, de 14 polegadas mas com furação 4 x 130 de VW a ar. Tem que fazer adaptadores. O eixo não existe e tem fabricação  envolvida. Como isso não impede de usar o carro, vou colocar estes dois tens no status “a fazer” e algum dia retorno a isso. Nunca desde o dia zero o carro foi tão bacana de aparência e tão confiável de usar. Vamos usar então, mesmo que moderadamente, e quando puder retomo isso. Hoje com muita alegria vejo que o que tinha de ser feito para deixar ele direito foi feito.

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Para quem tem acompanhado o outro PC que estou fazendo, o Project Cars #400 – Garagem Alfa Romeo, percebe claramente que não tem como se fazer tudo ao mesmo tempo. Agora escrevendo o capítulo final deste PC e rascunhando coisas legais pro outro PC que está quase 100% concluído, pelo menos em relação aos carros originais dele, deixo bem claro que tocar tanta coisa de uma vez só e ao mesmo tempo é humanamente impossivel.

Atingi neste PC um ponto em que a maioria das coisas necessárias foram feitas e um carro que começou mal está quase terminado e muito melhor que no início. Ou seja: por mais que eu planeje nem sempre tudo sai como a gente planeja.

Hoje, pensando bem, me é mais desejavel manter ele funcional, andando mesmo com um diferencial mais curto que eu queira já que o carro é bacana e está bem ajeitado. Isso não significa que nuca mais mexo nele. Até porque, do nada, pode aparecer um diferencial de Chevette automático prontinho, ou rodas 14 Cruz prontas para Chevette, ou sei lá o que, uma vez que as coisas acontecem por si e não exatamente pela nossa vontade ou nosso planejamento.

Um outro comentário que vou fazer tem a ver com tudo o que foi adquirido lá fora para montar o projeto de forma bem old school, bem de velho mocorongo, troglodita que não quer misturar EFI em carro velho. De tudo que foi comprado — distribuidor Mallory Unilite, carburador, bomba de gasolina elétrica, coletor Edelbrock e tampas de válvulas de alumínio — específico deste motor só se consegue o coletor.

O Unilite, bem como as tampas, foram descontinuados. Ministarter, bomba elétrica, bomba d’água são peças comuns aos V8 então não contam. Aí vendo esta situação vejo que agora nem preciso esperar para ter algo absurdamente exclusivo, porque não existem mais os ingredientes corretos. Você faz hoje com o que tem e amanhã não tem mais.

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Isso significa exatamente isso: motores antigos, carburados, por mais legais que sejam, realmente são coisa do passado. Vintage se quiser uma palavra mais chique ou esnobe. Mas acabou. Quem fez, quem tem, curta bem porque está ficando bem difícil.

O V6 Chevy tinha muita coisa de performance para competição e hoje praticamente nada mais resta. Preocupante, para falar pouco. Você ainda faz alguma coisa por ter um coletor bom, o Edelbrock 2114 (por enquanto ao menos), mas distribuidor, por exemplo, tem que pegar um HEI de V8 e outro de seis-cilindros em linha e misturar os dois direito para chegar a algum lugar.

Mas devemos lembrar que tudo que se faz com gosto e entusiasmo muda até a forma de como inicialmente víamos tudo. Este era um projeto de outra pessoa. E ainda com um parênteses, porque esta outra pessoa, mesmo tendo começado o projeto, nem foi quem idealizou tudo. Eu comecei a executar e em determinado ponto acabei comprando e ficando com ele como meu. Todo o esforço, independente de quem estava pagando a conta, todo o entusiasmo e o gosto misturado com o orgulho meio besta do “quem fez fui eu” está aqui presente e este carro meio inesperado está parado ao lado da Caravan V8 do Project Cars #262 e praticamente na vaga em frente ao Project Cars #264, que me consumiram de forma muito prazeirosa muito tempo e dinheiro mas que me fazem muito imensamente feliz de ter feito. Então hoje, olhando para todos eles vejo que o Chevette está no mesmo patamar dos outros dois carros citados.  Tudo que se faz com afinco, gosto, paixão faz tudo no fim compensar, valer a pena.

Então, para fechar bem, vale dizer algo assim meio que como se fosse possível uma máquina entender algo: Tubinha, valeu pacas ter feito essa viagem toda e ter salvo um carrinho que tinha tudo para terminar picotado em um desmanche e o transformado em um hot rod bem legalzinho.

Pra quem teve paciência de ler e acompanhar essa saga toda, além de um pedido de desculpas por não terminar tudo agora como prometido (até por motivos realmente alheios ao meu controle) deixo um grande abraço e vamos continuando na mesma toada com o Project Cars #400 que tem muita coisa legal por ser contada aqui mesmo neste grande FlatOut!

Por Alexandre Garcia, Project Cars #263

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Uma mensagem do FlatOut!

Alexandre, além de parabenizar por esta verdadeira aula de engine swap que foi a saga do Tubinha, precisamos agradecer por compartilhar com a equipe e com os leitores estas belas palavras de um sábio gearhead sobre como o esforço, o trabalho e a dedicação transformam um projeto inesperado e não planejado em algo à altura dos “projetos perfeitos. Parabéns mais uma vez, obrigado e até o próximo post do Project Cars #400!