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Project Cars Project Cars #294

Project Cars #294: o motor, o cockpit e a transformação do Escort MK4 de pista

Fala, pessoal! hoje vamos continuar com a evolução do Escortson, meu Escort de pista inspirado nos modelos de marcas e pilotos dos anos 1980.

Bloco do Motor

Como eu já havia comentado, o desejo era um Duratec 2.5 no cofre do Escort. mas, quem manda no projeto é o meu bolso, e ele disse que fez as contas e quer um AP. Não pude convencê-lo do contrário.

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Já que é para ser uma preparação aspirada, com intuitos giradores, optei pelo famoso AP “bloco alto”. Com o R/L de 0.291, o 2.0L bloco alto tem um funcionamento mais eficiente em rotações altas quando comparado ao AP 2.0L “convencional” com seu R/L de 3.22.  Fora os outro benefícios de um R/L mais baixo, que chega a influenciar até a potência final do projeto.

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Por sorte, não precisei procurar muito por ele, achei um bloco do jeito que eu queria em uma oficina perto de onde moro. E melhor ainda foi descobrir que o motor já tinha certo preparo. O bloco contava com pistões IASA box forjados de 84mm de cabeça plana, bielas STD, vira balanceado, roda fônica interna com sensor, e bomba de óleo retrabalhada. Comprei o motor e levei ele direto para garagem para desmontar e fazer uma revisão.

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O motor estava todo OK, mas, alguns detalhes precisavam ser feitos. Os pistões que estava no bloco eram projetados para o AP de bloco baixo, tendo assim uma altura de compressão mais baixa. Quando o motor estava em PMS, havia uma diferença de 7 décimos do topo do pistão para o topo do bloco, reduzindo assim, o potencial para atingir uma taxa de compressão elevada. Para conseguir chegar na taxa desejada (14:1), sem fatiar demais o cabeçote, seria necessário fazer um corte no topo do bloco para alinhar a altura dos pistões com o bloco.

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Como as bielas são STD, fiquei na duvida se elas aguentariam a taxa, e o giro alto. Sempre acreditei que sim, mas preferi me certificar com um profissional da área. Claro que uma Biela forjada e mais leve seria o ideal, porém custaria o que eu não poderia pagar.

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Fui aconselhado a pelo menos usar prisioneiros de biela ARP (forjados) e equalizar o peso do conjunto Biela-Pistão, e foi o que eu fiz. usando a mesma balança que meu pai usou quando preparava os motores do Formula Ford, equalizei o peso do conjunto, tudo torqueado, e bloco fechado!

 

Rodas

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Conversando com um grande amigo do meu pai — eles correram em algumas categorias juntos — o assunto do Escort veio à tona. Ele me contou que tinha guardadas as rodas do Formula Ford dele desde o fim da categoria, nos anos 80, que estavam em um bom estado e só precisavam de um trato e que eu poderia ficar com elas. Não pensei duas vezes, corri para buscar, feliz da vida.

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São rodas de aluminio 13×8, pesando pouco mais de 4kg — perfeitas para usar os slicks com largura 235. Mandei elas para reforma, pintura e polimento e agora estão 0km!

 

Pedaleira

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Como o plano é recuar o cockpit o máximo possível, e eu não posso aumentar o tamanho das pernas, as pedaleiras forma necessárias. Aproveitei uma viagem do meu pai para os EUA e comprei as Willwood.

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Essas pedaleiras não são suspensas, elas são fixadas no chão do carro. As suspensas eu teria que fazer uma estrutura de suporte para elas. Além de ser mais simples, as que eu comprei são mais baratas e no final irá adicionar menos peso. Um problema delas é a altura dos pedais, que provavelmente foram projetados para alguém que calça tamanho 50. Para fica mais confortável, farei uma estrutura de “palco” para os pés.

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Com 2.5″ e um bom espaço de apoio, essa estrutura vai ser feita de alumínio e vai melhorar tanto a posição dos pés em relação ao pedais, como a posição de guiar ao todo. O acabamento será igual ao apoio de pé do passageiro.

Modificação da rollcage

Depois de pronta, fui descobrindo alguns detalhes que poderiam ser melhorados na Rollcage, e também alguns detalhes para adaptar o banco, painel, direção, e outros componentes. Um detalhe muito importante é a ligação do Santo Antônio com as colunas A e B do carro. Achei umas chapas perfuradas para fazer o serviço, e adicionar o menos peso possível.

Outra modificação foi as chapas presas na Rollcage para servir de base ao banco, o que conectou também a barra inferior que atravessa o meio do carro com  o reforço da estrutura de carroceria. Outro detalhe foi a eliminação da barra que atravessava do ponto superior esquerdo ao inferior direito, logo atrás do banco. Ela foi instalada de uma maneira que atrapalhou o recuo do banco, então cortei fora, recuei mais ainda o banco, e será feito uma barra com curvas parar não ter problemas com a posição do banco.

 

Posição de guiar

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Depois de todo o trabalho na gaiola, o banco ficou bem para trás. A direção teve que ter o cubo alongado em 6″, o apoio da barra de direção modificado e agora tem um ajuste de altura. A posição da direção ficou perfeita e tem uma certa regulagem, caso algum amigo for dar umas aceleradas. A posição da pedaleira e “palco” já estão definidas, e o projeto de recuo da alavanca de câmbio ainda está sendo estudado. Quero a alavanca alta, bem perto da direção, e com engates curtos.

 

Aerodinâmica

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Para tentar ajudar um pouco o comportamento do carro, projetei um aerofólio tipo “gurney” e um extrator de ar na traseira, para aumentar (mesmo que pouco) a downforce. O fundo do carro será liso e na dianteira um bom splitter. Tudo feito em alumínio.

É aqui que termino esse texto. No próximo faltei sobre uma grande surpresa que tive com esse projeto, e mais algumas belezuras de peças. Até la!

Por Luiz Leão, Project Cars #294

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