Fala galera do FlatOut! Nesse segundo texto vou falar um pouco sobre a garagem que o Escortson está sendo construído, a desmontagem completa do carro, o trabalho de funilaria (parcial), alivio de peso feito na carroceria, e a instalação da Rollcage.
Antes de começar, algumas pessoas pediram para ver fotos dos Escorts que meu pai teve que eu comentei no primeiro texto – dois CHT turbo, um swap AP 2.0 com preparação de marcas e, o de corrida com o AP 1.8 – Ai estão:
A garagem
A garagem onde tudo acontecerá não esta em sua primeira viagem. Meu pai e meu avô prepararam nela inúmeros projetos. Da lancha V8 bi turbo ao Escort de marcas, todos passaram por ela. Na vaga do Escort, tenho um dick que posso abrir e fechar de acordo com a necessidade da tarefa do dia, e, ao redor, tenho as bancadas e ferramentas que meu pai usou para construir alguns carros antigamente. Uma oficina antiga, mas totalmente preparada.
O Buggy que aparece na foto é um dos projetos da família. Chegou a ter um 1.8 a ar bem preparadinho, taxa, comando, dois carburadores e, depois de 30 anos, continua por aqui.
Carro levantado e apoiado… let’s start!
O plano era fazer uma desmontagem completa do carro. Estudar onde estaria ruim de estrutura, descobrir todos os podres, e abrir espaço para o que estava por vir. Comecei pelo interior, bancos, forro de porta, acabamentos, forro do teto, painel, chicote elétrico, carpete, e os vidros.
Depois veio o motor e suspensão. Os braços, bandejas, amortecedores, molas, tudo saiu por completo. Aproveitei uma tarde de tédio e dei uma renovada nessas pecas, lixando e pintando. Pelo menos o carro ficava com um aspecto melhor enquanto os trabalhos continuavam. Aproveitei também para fazer uma limpeza profunda debaixo do carro. Tinha muita lama impregnada, atrapalhando a identificação de pontos de ferrugem. Como queria o fundo do carro pintado de preto, aproveitei para pintar as partes da carroceria que não tinha ferrugem, o que facilitou o trabalho do funileiro na hora de achar os podres e consertá-los.
Na hora de tirar o motor minha criatividade foi testada, não sei se isso foi bom. Rs. Eu tinha um gancho e um macaco de corrente para tirar o motor, o problema foi que o motor não saía por cima; nem meu macaco “jacaré” levantava o carro o suficiente, para o motor sair por baixo. O carro estava totalmente desmontado e eu tinha que tirar o motor daquele jeito, não dava para levar para um elevador.
Tentei usar um cepo para aumentar a altura que o macaco conseguiria levantar o carro, mas, os apoios da carroceria não deixava o carro inclinar demais. Então tive a ideia de fazer o carro de gangorra. Peguei outro macaco, levantei a traseira e levei os apoios da carroceria para o meio do carro. Na frente, coloquei uma bandeja com rodas debaixo do motor, tirei os apoios de carroceria que estavam apoiando a dianteira, apoiei a frente com o macaco (com o cepo) e o motor com outro macaco.
E para terminar essa aula de como tirar um motor de um carro da forma mais perigosa possível, coloquei três amigos que estavam me ajudando no dia, para ficar segurando o carro para ele não cair dos apoios que estavam no meio da carroceria. Baixei o macaco traseiro, comecei a levantar a frente – uma pessoa teve que ficar atrás do carro fazendo forca para ele não escorregar para trás – comecei a baixar o macaco que apoiava o motor no cofre. Deu certo! O motor desceu para a bandeja, finalmente saiu de baixo do carro, e pude recolocar o carro nos apoios de novo. Todos a salvo e o motor fora do carro.
Funilaria
O carro tinha alguns pontos de ferrugem. Assoalho, longarina, cofre do motor, e alguns espalhados pela carroceria. Consegui um funileiro que poderia trabalhar constantemente no Escortson. Em duas semanas foram instaladas as novas longarinas, os maiores pontos de ferrugem estavam resolvidos, e o carro quase pega fogo. Eu queria deixar o carro pelo menos em condições de começar os trabalho de carroceria e Rollcage. E assim foi.
A funilaria completa não foi feita, apenas o básico. Mais para frente o carro receberá um tratamento completo. Todas as ferrugens, amassados e arranhões sumiram, e uma cor, ainda não decidida, vai caracterizar o carro. Azul marinho, branco, preto? Ainda não sei.
Dieta da carroceria
Como falei no meu primeiro texto, eu tenho um número como objetivo quando falo de peso: 750 kg. O Escort de marcas do meu pai tinha 700 kg. Como o meu vai ter um segundo banco, rollcage mais elaborada, motor um pouco maior, mais fios e alguns outros detalhes, não quero ser tão otimista. Para compensar, fiz alguns alívios que o Escort de marcas não tinha. Folha interna da porta, reforço do capô, reforço da mala, gaveta do estepe e “sobras” da carroceria.
O peso daquela porta é impressionante, depois de tirar o mecanismo de descer o vidro, e a folha interna, consegui aliviar 9 kg de cada porta. Reforço de capô e de mala foram mais 7 kg. A gaveta do estepe não pesava tanto, mas deu certo alivio – e ela teve que sair para eu começar o projeto do extrator de ar traseiro, e o fundo chato. Na verdade qualquer coisa que eu pudesse passar a lixadeira, eu inventava uma desculpa e cortava fora. Claro que tendo cuidado com rigidez estrutural. Como as portas ficaram um pouco bambas pela falta da estrutura interna, vou fazer novos reforços, leves e apenas o suficiente para dar uma enrijecida nelas.
Rollcage
Depois de tudo cortado e remendando, chegou a hora de travar o carro. Comecei a procurar modelos de santantônio na internet, o que está sendo usado atualmente, e o que foi usado no Escort de marcas do meu pai. Optei por um modelo de 13 pontos (13 pontos de fixação na carroceria). Procurei saber quem poderia fazer esse trabalho para mim, e no final decidi levar para LG Garage, em Recife.
Para o carro subir na carretinha e viajar até Recife, tive que montar algumas coisas de volta no Escort: suspensão, rodas, e a direção. Como essa carreta era usada para carregar o Fórmula Ford, ela tinha um apoio de rodas dianteiro muito alto para o Escort. Cortei e rebaixei esse apoio, amarrei o Escort, e chamei meu pai para me ajudar a rebocá-lo até a LG.
Fiquei extremamente satisfeito com o serviço feito no carro. Além de fazer curvas e soldas nos canos perfeitas, o Gustavo (dono da LG e fabricante) me ajudou com ideias e dicas de como melhorar o meu projeto da Rollcage. Em 1 semana o carro ficou pronto e voltou para Maceió.
O carro está completamente travado. Das torres traseiras até (quase) a alma do para-choque dianteiro. Ainda falta a barra entre as duas torres dianteiras, preferi não botar agora por conta do swap. Como esse motor é mais alto que o AP convencional do Escort vou deixar o motor entrar no cofre primeiro, para depois conectar as torres, e não ter nenhum problema de espaço.
É isso ai galera, por esse texto é só. Próximo texto vou mostrar umas belezuras adquiridas para o projeto, modificações no santantônio e mais alguns detalhes!
Por Luiz Leão, Project Cars #294