Gostaria de agradecer a oportunidade de concluir a história do meu carro, desculpe a demora para esta terceira e última parte. Bom relembrando a história… você pode ler a primeira parte aqui e a segunda aqui.
Era o início de 2011. O carro recentemente pintado, e eu arrumando coisas como borrachas das portas, regulagem das maquinas de vidro entre outros detalhes. Chega uma triste noticia para a família e para o trovão azul: em janeiro morreu de infarto Reinaldo amigo e mecânico. Foi um baque muito forte porque no dia que ele faleceu, pela manhã ele ainda trocara o óleo do trovão, vindo a falecer no fim do dia. Demorei anos até encontrar um bom mecânico por um período grande eu sofri na mão de mexânicos, trocadores de peças e outros enrolados.
Tinha planos de no fim de 2011 arrumar um bom tapeceiro e refazer o interior todo ou se a grana não desse apenas os bancos que estavam em pior estado, mas como sempre nem tudo que planejamos é como o esperado. Num sábado à tarde, era outubro de 2011 e eu dando uma volta com o trovão, numa avenida uma criança e uma senhora pulam na faixa de perdeste e param (isso com sinal o verde para os carros). Freei o que dava e como não ia conseguir parar sem atropelar os dois, na faixa a esquerda um pouco a frete e ao lado tinham carros e no sentido contrário também vinham outros carros, acabei jogando pra calçada (alta). Por sorte consegui não atropelar a dona nem a criança, mas o Opalão sofreu.
Não houve danos à lataria, mas na hora notei a direção puxando e o volante torto. Rodei com muito cuidado nesse dia até voltar em casa e na semana seguinte tive correr atrás e o pior sem ter mecânico de confiança. Após muito conversar e levar em diversos profissionais, resultado, a longarina do lado do carona estava trincada e o pior de tudo a canga ou agregado estava com o suporte da bandeja superior trincada também e a bandeja inferior empenada. Como resultado, eu precisava tirar o motor e soldar e gabaritar o agregado (ou trocar) e soldar a longarina e trocar a bandeja inferior. Resultado os mil e poucos reais guardados pro tapeceiro se tornaram a grana para esse reparo. Para minimizar a situação dos bancos comprei umas capas novas. Infelizmente não tirei fotos.
Depois do baque de 2011 na suspensão. 2012 começou com dificuldade de achar um bom mecânico, o carro apresentou problemas em seu funcionamento (problemas no platinado, de regulagem de ponto e carburador) e eu não encontrei bons profissionais tendo eu mesmo conseguido melhorar o serviço de alguns fuçadores. Fiquei desanimado e anunciei o carro em meados de 2012, recebi muitas propostas absurdas, e outras com fundamento e uma bem plausível, e por pouco quase fechei com xará meu de outra cidade aqui de Minas (não lembro o nome da cidade), mas hoje penso que foi bom não ter chegado a um consenso. Após uns dois meses tirei o anúncio. Em 2012 eu não fiz nada a não ser usar o Opalão e dar a manutenção básica (eu mesmo).
Em 2013 eu conheci um mecânico antigo Zé Luiz também conhecido por lambão e que começou a cuidar melhor do carro, 2013 não foi um ano de grandes novidades a não ser andar e curtir o carro e claro consegui comprar essas belas calotas que o carro não tinha, olha a diferença com e sem elas.
É claro que essas calotas deram outra cara ao carro, ficou muito melhor, eu sempre gostei das rodas cruz de malta e era doido pra achar um jogo bom e acessível, depois que eu comprei essas calotas, confesso que achei que casou muito bem carro, que não faço mais tanta questão dessas rodas.
O ano de 2014 começou ruim, em janeiro com ônibus acertando o Opalão numa sexta à noite, fomos espremidos. Não foi nada de grave e eu nervoso na hora bati apenas essas poucas fotos na hora da raiva.
Mesmo não sendo nada grave fiquei preocupado com o reparo e duas semanas depois fui buscar o carro na oficina, os reparos foram pagos pelo dono da empresa de turismo, que foi muito bacana e legal comigo. No dia eu fui buscar e gostei do resultado (a oficina que fez o reparo chama-se Barbosa Lima e é antiga em Juiz de Fora).
No resto o ano de 2014 não teve grandes novidades nem melhorias e ou acabamentos para o carro, neste ano resolvi me mudar e sair da casa dos meus pais, morar mais perto do trabalho e usar menos o carro. Ainda estava pensando em arrumar o estofamento do carro no fim do ano, mas montar um apartamento (mobília) me consumiu tudo o que tinha e ainda no fim do ano tive um pequeno imprevisto na caixa de marcha no trovão. Tive que trocar a engrenagem da ré, os rolamentos das rodas de atrás e aproveitei para dar um passe no disco de embreagem que tava gasto, mas segundo o Lambão era só isso na embreagem que não tava 100%. Assim os planos do tapeceiro eram adiados novamente outra vez.
O ano de 2015 começou e logo no inicio tive problemas, dessa vez com diferencial do Opalão. Um dia simplesmente ao fazer uma curva uma barulhada (tipo ferro com ferro) que logo em seguida cessou, não identifiquei a principio o que era, e comecei a observar que de vez em quando eu fazia curvas (independente do lado) e ele fazia essa barulhada e logo em seguida cessava, mas quando eu levava o carro no Zé Luiz e ou em outros mecânicos e explicava o barulho de ferro com ferro, e rodando nos testes ele não apresentava o problema, ninguém identificava o que era. Resultado depois de vários meses rodando, onde de vez em quando ele fazia isso, tava preocupado, mas fazer o que, né? Certo fim de semana na BR040 voltando de uma exposição que tinha uma réplica de um Deloran do filme “De Volta Para o Futuro”.
A barulhada ficou mais frequente, quase em toda curva ele fazia isso (agora às vezes na reta ao acelerar também), resultado encostei o carro no acostamento parei olhei e não vi nada de errado. Logo em seguida liguei o carro e saí de novo. Senti um tranco estranho ao arrancar, fui devagar para casa, depois desse tranco melhorou, mas as vezes fazia a barulhada. Na semana seguinte procurei o Zé Luiz (Lambão) e nos testes ele me falou que era o diferencial. Deixei o carro e mais tarde ele me ligou e explicou que a trava da caixa satélite tava solta no diferencial e às vezes ela se deslocava, e barulhada quando dava era ela pegando nos dentes aí eu não lembro sé era na corroa ou no peão. Eu só lembro da tampa do diferencial aberta e ele me mostrando uma engrenagem com os de dentes todos fudidos. Infelizmente não tirei fotos.
Correndo atrás de um diferencial em ferros-velhos comecei procurando um Dana — devido ao meu carro estar com um destes —, mas os Danas estavam relativamente salgados e nem sempre em bom estado. Resultado: achamos um Braseixos em bom estado e num preço justo. Esse foi o último serviço que o Zé Luiz fez no trovão. Até mesmo porque o carro não pegava freio de jeito nenhum, depois eu descobri que ele trocou o diferencial e me deixou com os burrinhos de freio, lonas e rolamentos que estavam no diferencial parado há muito tempo. Além do freio não ter ficado legal depois tive que ir em outro mecânico e após trocar os cilindros de roda e as lonas o carro não dava freio, sendo necessário trocar o cilindro mestre. Aí surgiu outro problema não achava só o cilindro mestre pra do meu carro pra comprar, sendo necessário comprar o hidrovácuo junto. Resultado: de agosto a outubro de 2015 morri numa grana boa, e andei pouco com o carro nesse período porque só dava freio bombando o pedal.
Passando essa dor de cabeça com diferencial e freio, confesso que dei uma desanimada, mais uma vez não tinha mecânico de confiança pra mexer no carro e mais uma vez não arrumei os bancos, ainda bem que as capas até que ainda estavam despistando. Entretanto como sou brasileiro e não desisto nunca. Acabei achando um bom mecânico e muita coisa simples eu mesmo passei a fazer, afinal hoje em dia com internet e Youtube tudo fica mais fácil vejo sempre os vídeos do Tonella e do ONV (Opala na Veia). No fim do ano ainda levei a noiva de um amigo no casamento, tirei essa foto na porta do hotel enquanto aguardava a noiva.
O Ano de 2016 foi um ano sem surpresas, o carro não deu nenhuma dor de cabeça, porém foi também um ano onde comecei a executar o planejamento de sair do aluguel. Aí já viu né? Grana que sobra, em vez de agrado e ou planos por carro, vai para a poupança para entrada do imóvel. No Natal fui presenteado pela namorada com um belo quadro do carro. Feito por um artista da cidade que faz várias pinturas de casas antigas e pintura de retratos de época muitos contendo carros. Olha que legal uma foto do carro e a pintura.
Bom, amigos geardheads o ano de 2017 começou a pouco, sem grandes novidades, a não ser o alternador do Trovão que em janeiro abriu o bico, mas não foi difícil de arrumar. Vou ficando por aqui. Foi um prazer poder contar um pouco dos 15 anos de união entre eu e o trovão azul que, segundo meus amigos brincam, é o casamento mais longo até hoje em nossa turma. Grande abraço.
Por Daniel Oliveira, Project Cars #424
Uma mensagem do FlatOut!
Bela história, Daniel! É realmente um casamento, considerando que você está com o carro há 15 anos. Legal ver uma história de altos e baixos e também que você não desistiu da união nos piores momentos. Temos certeza de que você fez a escolha certa ao não vendê-lo. Parabéns pelo projeto, e curta muito seu trovão azul!