Todo mundo sabe que a entusiastas games de corrida por causa dos carros — o que fica evidente com toda essa conversa sobre simuladores que tivemos ontem (31) ao falar do novo Gran Turismo Sport. Mas a gente também gosta de arcades e clássicos onde o que importa é acelerar e ouvir o ronco daquele carro virtual, que pode ser uma recriação do modelo dos seus sonhos ou um bólido criado especificamente para aquele game.
Não é à toa que os games de corrida retrô, como Drift Stage e Horizon Chase, que dão uma roupagem mais moderna aos arcades dos anos 1980 e 1990, estão na moda.
São jogos que trazem uma atmosfera mais lúdica e divertida — não são extremamente realistas, preferindo conquistar pela experiência toda: soprar um cartucho ou colocar uma ficha e curtir a jogabilidade empolgante, a trilha sonora animada e os gráficos coloridos. E algun deles têm até suas musas! Quer ver só?
Super Monaco GP
O Super Monaco GP de Mega Drive (havia versões para Master System e Game Gear) foi lançado um ano após a versão de arcade, em 1990. Na época, não havia game de corrida doméstico que se comparasse a ele. O grande barato, além da visão de dentro do cockpit (antes, o padrão dos games de corrida era uma visão externa, como no Enduro, de Atari) é a sua inspiração direta no mundo da Fórmula 1: a versão de Mega Drive tinha as 16 provas do campeonato de 1989, além de todas as equipes e pilotos.
Ainda que a jogabilidade tivesse realismo zero, permitindo que você contornasse quase todas as curvas que sem frear, havia alguns elementos interessantes: os carros podiam ter câmbio manual ou automático, havia um campeonato com dezesseis etapas que te permitia até mudar de equipe no meio da temporada (caso seu desempenho fosse bom, claro) e não havia licenças oficiais, mas os pilotos e equipes inspirados na vida real eram bem curiosos — Ayrton Senna, por exemplo, virava “G. Seara”. E era quase impossível vencê-lo.
Para muita gente (especialmente os marmanjos), porém, a maior lembrança era a bela garota na tela de título. Quem era ela?
É esta a pergunta que Rafael Fernandes, usuário do YouTube especializado em games antigos, responde no vídeo abaixo. Além de dar uma noção muito boa de como era o jogo, ele escavou bem fundo e descobriu que a loira de maiô que te dá um sorriso simpático na tela de título de Super Monaco GP não foi uma modelo contratada pela Sega, e sim uma coelhinha da Playboy da década de 70. E não é só isto! Confere aí:
Como é dito no vídeo, alguém na Sega deveria ser leitor assíduo da Playboy havia décadas: mesmo na época de lançamento de Super Monaco GP, as fotos das modelos usadas no jogo já eram relativamente “antigas”. Mercy Rooney foi garota da capa em dezembro de 1972, e Claire Rambeau, em outubro de 1971!
Ridge Racer
Ridge Racer, da Namco (a mesma que criou Pac Man e Tekken) seria só mais uma entre as várias boas franquias de corrida arcade que existem por aí, não fosse por um detalhe: a grid girl Reiko Nagase, que era bonitinha e feita sob medida para conquistar os moleques que jogavam.
A ideia de uma mascote bonitinha é bastante comum em games e animes japoneses. São as chamadas idols (アイドル, pronunciado como “aidoru”), e a ideia é criar uma personagem para ser admirada e servir de bom exemplo para os jovens.
Reiko apareceu primeiro no arcade Rave Racer, de 1995, mas ainda não tinha nome. Ela só foi batizada no ano seguinte, quando Rage Racer — que utilizava a mesma engine gráfica — foi lançado para Playstation. Sua fórmula era simples e consagrada: vença corrida, ganhe dinheiro e compre novos carros. Reiko aparecia no vídeo de abertura, que marcou época por sua qualidade gráfica e pela direção de Kei Yoshimizu.
Dito isso, foi em Ridge Racer 64 que Reiko ganhou mais destaque. A versão para o “meia-quatro” foi a primeira em um console da Nintendo, e também foi um dos melhores capítulos da série. Com 32 carros, vários modos de jogo (incluindo um modo “carreira”), gráfico no auge da geração e uma trilha sonora cativante, Ridge Racer 64 era cartucho obrigatório na estante.
Need for Speed: Underground 2
Em 2004, foi anunciado que Brooke Burke seria a mascote de Need for Speed Underground 2. A notícia foi muito bem recebida pelos gamers, primeiro porque o primeiro NFSU foi um sucesso estrondoso e tornou-se um clássico instantâneo (leia mais a respeito aqui!), mas também porque Brooke Burke, bem, é Brooke Burke.
Brooke é modelo sensual, atriz, apresentadora e campeã do Dancing with the Stars em 2008. Você talvez não lembre de nenhuma série de TV na qual ela tenha aparecido, mas provavelmente lembra do seu rosto e, bem, dos seus outros atributos.
Em NFSU2 ela interpretou Rachell Teller (na verdade, cedeu sua imagem e sua voz), que além de ser a mascote do game, te dava instruções do que fazer e . A sequência de abertura na qual ela aparece, que já corta direto para o gameplay, serviu como base para quase todas as outras que vieram depois.
Cruis’n
Você deve ter gasto muitas moedas do troco do pão no fliperama jogando os games da série Cruis’n. Originalmente desenvolvidos pela Midway Games (a mesma da franquia Mortal Kombat), os jogos eram simples: você disputava corridas em vias públicas, urbanas e rurais, contra um punhado de adversários e contra o relógio. Mais do que vencer, você tinha que ultrapassar os checkpoints antes que o cronômetro zerasse. Também exisitiram versões para o Nintendo 64 — que tinham a vantagem de não comer todas as suas fichas.
Era mais difícil do que parece, mas você certamente deve ter vencido alguma corrida. E deve lembrar da garota que aparecia no fim, segurando um troféu. Fica evidente que é uma sequência de fotos, mas quem é ela?
Seu nome é Anutza Herling, mas você deve conhecê-la por seu outro nome: Shyla Foxxx, atriz pornô. Ela fez mais sucesso justamente no fim da década de 1990, quando os games foram lançados, e nós não vamos falar mais nada a respeito, por razões óbvias. Mas a internet está aí para isso…
Talvez você lembre de mais alguma musa dos games de corrida. Conta aí para a gente!