Há cinco anos o Kwid é a porta de entrada para muita gente no universo dos zero km: 73% de seus clientes vieram do mundo dos semi-novos, de acordo com a Renault. Hoje, mesmo custando quase R$ 60 mil – e sim, isso é uma nota preta porque os salários não conseguiram acompanhar a inflação –, ele ainda é o zero mais barato em produção no Brasil.
Carro zero significa jogar dinheiro fora para muita gente – claro, é possível adquirir um automóvel usado de categoria superior pelo mesmo valor. Ao mesmo tempo, outra coisa é inegável: confiabilidade e gastos em manutenção ficam em terceiro plano quando você tem um zero na garagem – e esse é o tipo de tranquilidade que muitos preferem pagar, pois a vida não é só feita de carros-projeto e suas dores de cabeça que tanto amamos. É preciso ter algo confiável.
O Kwid chegou com essa premissa no fim de 2017, mas derrapou em problemas de controle de qualidade, recalls e reclamações diversas que abalaram a sua imagem nos dois primeiros anos de produção. Quem é das antigas vai se lembrar do caso dos Dodge 1800, que até teve de mudar de nome para Polara depois que seus defeitos foram corrigidos, na tentativa de recuperar sua imagem. O Renault não precisou ir tão longe: com a chegada de sua versão Outsider, casada com inúmeras melhorias em controle de qualidade, sistema de freios e acabamentos, ele acabou emplacando um belo resultado no fim de 2019, quando vendeu mais de 85 mil unidades e ficou em quarto entre os hatches compactos mais vendidos do País.
Se a percepção qualitativa melhorou, o fato é que, para ter um preço competitivo entre os zero km, o Renault teve de assumir vários compromissos, abrindo mão de uma série de coisas e adotando soluções simplificadas em outras. Então, neste vídeo de avaliação do Autoline, além da apresentação técnica de sempre e das novidades da linha 2023, dei um foco especial nestas limitações para você decidir se vale a pena seguir no caminho do zero km – ou se é melhor embarcar num semi-novo, tipo um BMW Série 3 1995 que está rajando só um pouquinho.
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