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Zero a 300

STF suspende redução do DPVAT, a fuga cinematográfica de Carlos Ghosn, a despedida do Fusca e mais!

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STF suspende redução de valores do DPVAT

Depois de ser extinto e retornar do mundo dos mortos, o seguro DPVAT entra em 2020 com uma indefinição  jurídica causada justamente por quem deveria eliminar indefinições jurídicas. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ministro Dias Toffoli, suspendeu nas últimas horas de 2019 a resolução do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) que reduzia o valor do seguro obrigatório para 2020.

E não pense que a decisão levou em consideração a redução de verbas para o Sistema Único de Saúde, uma das questões levantadas na ocasião da extinção do DPVAT nos meados de 2019. A decisão atendeu à reclamação constitucional ajuizada no STF pela administradora do Consórcio DPVAT, a seguradora Líder — um monopólio privado, é bom lembrar —, que argumentou que a decisão do CNSP pretendia esvaziar o DPVAT e retaliar o STF por suspender a medida provisória do presidente Jair Bolsonaro que determinava a extinção do seguro.

Segundo a resolução do CNSP, em 2020 o DPVAT cobrado dos automóveis deveria ser R$ 5,21 em vez dos R$ 16,21 da tabela de 2019. Para as motos, a anuidade seria R$ 12,25 em vez de R$ 84,58. Contudo, a decisão de Toffoli traz de volta a vigência dos valores de 2019, ainda que o número de indenizações tenha diminuído de 2017 para 2018 (380.000 ante 328.000), e se mantido estável em 2019 (320.000 até novembro).

O CNSP argumentou em sua resolução que os valores do DPVAT estavam errados havia vários anos, de acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep). Segundo a superintendente da Susep, Solange Vieira, “problemas de corrupção nos últimos anos” elevaram o valor do seguro, o que resultou em “um excedente de R$ 5,8 bilhões acumulados em um fundo administrado pela seguradora gestora do monopólio”. Ainda de acordo com Solange Vieira, a redução do preço do DPVAT para 2020 foi uma forma de consumir o excedente acumulado.

Em maio de 2019, antes da Medida Provisória do presidente Jair Bolsonaro que extinguiu o DPVAT, o FlatOut defendeu o fim deste tipo de seguro obrigatório, porém condicionada à substituição por outra forma de seguro que tenha cobertura para bens materiais de terceiros e que não seja um monopólio privado assegurado pelo Estado. (Leo Contesini)

 

Carlos Ghosn fugiu do Japão para o Líbano

O ex-presidente da Aliança Renault Nissan Carlos Ghosn fez uma fuga cinematográfica do Japão para o Líbano, país onde nasceu, no início desta semana. Acusado de cometer diversos crimes enquanto presidia a Aliança, ele aguardava o julgamento em liberdade, porém era constantemente monitorado pelas autoridades japonesas e não estava autorizado a sair do país.

O governo libanês afirmou que solicitou ao governo do Japão que enviasse Ghosn a Beirute, visto que o executivo é cidadão libanês e deveria ser julgado no Líbano. O pedido foi reforçado na semana passada, mas não foi respondido pelas autoridades do Japão. Aparentemente foi quando Ghosn colocou em prática seu plano de fuga.

De acordo com a agência Reuters, Ghosn planejou sua fuga com meses de antecedência e até mesmo contratou uma empresa de segurança privada para supervisionar a ação.

Ainda não há detalhes, mas o que se sabe é que  Ghosn Ele supostamente embarcou em um jato particular escondido em um estojo de transporte de um contrabaixo acústico, pertencente a uma banda que ele próprio contratou para tocar em sua casa na festa de Natal.

Do Japão, Ghosn voou para a Turquia, onde pegou um segundo avião para o Líbano. Na capital libanesa Ghosn desembarcou usando um passaporte francês e uma identidade local. Como os dois documentos são legítimos, ele entrou legalmente e sem nenhuma restrição. Ele foi recebido pessoalmente pelo presidente libanês Michel Aoun.

Apesar de ser recebido pelo presidente, Ghosn não está livre de um processo no Líbano, uma vez que, segundo a lei local, ele pode ser processado por crimes cometidos no exterior desde que os crimes também estejam previstos na legislação libanesa. Contudo, o governo libanês afirmou que não haverá um processo contra Ghosn até que o governo japonês envie evidências claras sobre seus crimes.

Enquanto a fuga de Ghosn possa ser uma forma de escapar impune de crimes que Ghosn eventualmente tenha cometido, os advogados do executivo argumentam que as acusações são uma conspiração de autoridades japonesas e executivos locais da Nissan que visava incriminar Ghosn para impedir um acordo de fusão entre a Renault e a Nissan, o que reduziria a autonomia da fabricante japonesa.

A situação de Ghosn, que estava vigiado e proibido de sair do país sem um julgamento colocou as autoridades japonesas sob o escrutínio internacional desde janeiro de 2019, visto que ele não foi o primeiro executivo estrangeiro acusado de fraude que acabou controlado pelas autoridades sem julgamento. O francês Mark Karpeles era CEO da Mt. Gox quando sua empresa faliu, fazendo quase US$ 500 milhões em bitcoins desaparecerem da noite para o dia.

Apesar das alegações de que hackers teriam roubado a moeda virtual, Karpeles foi detido pelas autoridades japonesas em 2015 e mantido sob custódia antes de seu julgamento. Ele foi interrogado por 50 dias ininterruptamente e depois passou 11 meses encarcerado.

Já no Líbano, Ghosn diz que não fugiu da justiça, mas “escapou da injustiça e da perseguição política”, que o sistema de justiça japonês é fraudado e que seus “direitos humanos básicos” foram negados, “incluindo sua presunção de inocência”.

Ghosn ainda disse que poderá se comunicar livremente com a imprensa agora que não está mais monitorado pelo governo japonês e que fará uma entrevista coletiva no próximo dia 8 de janeiro — onde esperamos que ele esclareça o que realmente está acontecendo. (Leo Contesini)

 

Volkswagen dá adeus ao Fusca mais uma vez em vídeo emocionante

É incrível como um monte de metal, borracha, plástico e fluidos consegue causar uma resposta emocional tão forte na gente, não é? Pois aconteceu de novo: a Volkswagen fez outro vídeo de despedida para o Fusca e, cara… como mexeu comigo.

Mais especificamente, a Volkswagen produziu um pequeno curta-metragem animado para despedir-se do Beetle, que teve sua produção encerrada no ano passado. O hatchback retrô baseado na plataforma PQ35 (a mesma do Jetta Mk6) não deixa sucessor, uma vez que a VW está concentrada em seus novos elétricos e um deles deverá tomar a posição de modelo “estiloso” da fabricante na linha.

O vídeo não tem uma premissa totalmente nova – ele acompanha a vida de um rapaz da infância à velhice, e o Fusca está presente em todos os momentos. Até que chega a hora de se despedir, e o Fusca dá uma de Herbie, partindo sozinho para seu último destino. E se transforma em um besouro, voando em direção ao infinito.

A trilha sonora é “Let it Be”, dos Beatles, interpretada pelo coral infantil Pro Musica Youth Chorus, dos EUA. Um clichê daqueles – e que fez o vídeo da despedida da Kombi soar ainda melhor. Mas funciona muito bem, especialmente para quem tem coração mole.

Não será a primeira despedida do Fusca (só no Brasil tivemos duas, lembra?), mas é impressionante a empatia que sentimos pelo carro nesta que, aparentemente, é mesmo a última. Pode ficar tranquilo, não vamos contar a ninguém que escorreu uma lágrima. (Dalmo Hernandes)

 

Audi E-tron GT RS é confirmado

A Audi confirmou para o ano que vem (2021, para quem ainda está meio perdido) que o recém-revelado E-tron GT, elétrico que compartilha plataforma com o Porsche Taycan, será vendido nas versões S e RS. O que, na prática, fará dele o primeiro modelo RS elétrico na história da fabricante.

A informação foi revelada por Julius Seebach, um dos diretores da divisão de elétricos da Audi ao lado de Oiver Hoffmann. De acordo com um pronunciamento de Seebach no recente Salão de Los Angeles, os híbridos plug-in e elétricos são a nova prioridade da Audi daqui em diante.

A versão conceitual do E-tron GT, apresentada em novembro de 2018, era equipada com dois motores elétricos capazes de entregar 590 cv e 82,9 kgfm de torque. De acordo com a Audi, isto era força o bastante para ir de zero a 100 km/h em 3,5 segundos – e, com uma bateria de 96 kWh, a autonomia prometida era de pelo menos 400 km com uma carga. Na versão de produção, porém, os números deverão ser diferentes.

Os níveis de potência do Porsche Taycan, que é oferecido em opções de 530 cv (4S), 680 cv (Turbo) e 760 cv (Turbo S) podem até servir como base. Mas, como o E-tron GT custará um pouco menos, seus números também podem ser menores. Isto posto, ambos os carros utilizam o mesmo sistema elétrico de 800 volts, e ambos têm o mesmo peso.

De todo modo, o Audi E-tron GT deverá ser lançado em meados de 2021, primeiro nas versões standard e S, e alguns meses depois na versão RS. (Dalmo Hernandes)

 

Cupê i6 e motocicletas: o futuro elétrico da BMW

A indústria inteira está em fase de transição para eletricidade, e a BMW obviamente não é exceção. E, ao que tudo indica, os planos dos alemón para os próximos anos incluem mais um novo representante para a família i – o BMW i6.

O carro deverá ser um rival para o Porsche Taycan, o Audi E-tron GT e o Mercedes-Benz EQS, completo com  dois motores, dois níveis de potência e tração integral. Mas ele ainda vai demorar um pouco – com informações de uma fonte interna, os americanos do Autoblog falam em uma estreia marcada para 2024.

Eles até arriscam um palpite mais técnico, dizendo que o modelo de base terá um motor de 204 cv na frente e um motor de 320 cv atrás, totalizando 524 cv); enquanto o mais potente terá 320 cv nos dois motores, chegando aos 640 cv. Além disso, fala-se em duas opções de bateria: uma de 90 kWh, suficiente para rodar 560 km com uma carga; e uma de 120 kWh, com autonomia de 700 cv com uma carga.

Ainda é cedo para apostar em um visual, mas é plausível esperar algo baseado no conceito i Vision Dynamics Concept, de 2017 (o carro que aparece nas fotos).

Agora, além do i6, outra novidade elétrica da BMW pode ter duas rodas. Quem diz é a revista Cycle World, que falou com o diretor geral da divisão motociclística da BMW, o Dr. Markus Schramm.

Segundo ele, não é loucura imaginar que a BMW produza uma motocicleta elétrica nos próximos cinco anos. Entretanto, ele não acredita que possa ser uma moto esportiva radical como a Vision DC Roadster, conceito que apareceu em junho de 2019. Par Schramm, as motos elétricas ficarão restritas a ambientes urbanos, onde é mais fácil encontrar pontos de recarga. Motos com autonomia de centenas de quilômetros, para ele, são um objetivo mais difícil de alcançar.

No que depender de Schramm, as motos da BMW continuarão sendo veículos de lazer, e não meios de transporte diário. E, para ele, ainda não dá para abrir mão da combustão interna neste quesito. Não agora.(Dalmo Hernandes)

 

Bentley também pode ter seu primeiro elétrico – com baterias de estado sólido

Neste Zero a 300 de alta voltagem, mais uma notícia sobre carros elétricos, desta vez sobre a Bentley. A tradicional fabricante britânica (controlada por alemães, mas enfim) diz que não se opõe a lançar um modelo totalmente elétrico nos próximos anos. Segundo Adrian Hallmark, que falou com o site europeu Automotive News, isto não deve ocorrer antes de 2025.

Hallmark diz que o novo Bentley elétrico poderá ter o nome de um de seus modelos atuais, como Continental ou Flying Spur, ou receber uma alcunha completamente nova. Entretanto, em qualquer um dos casos, o projeto será concebido do início para propulsão elétrica, sem adaptações. E ele poderá usar baterias de estado sólido, a “mais nova novidade” em armazenamento de energia.

Baterias de estado sólido dispensam os polímeros tradicionais e usam eletrólitos de cerâmica, que não são inflamáveis e, por consequência, são bem mais seguros. Além disso, elas são mais leves – um conjunto de baterias de estado sólido de 500 kg tem a mesma capacidade de um conjunto de baterias de íon de lítio de 720 kg. O que faz uma enorme diferença na escala automotiva.

“Não garanto que vamos usar baterias de estado sólido”, diz Hallmark. “Mas elas certamente estão no nosso radar caso o carro fique pronto depois do meio da década.” (Dalmo Hernandes)