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STF decide que lei seca é constitucional – tolerância zero continua
Depois de dois dias de julgamento, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a punição do motorista que se recusar a realizar o teste de alcoolemia é constitucional. A decisão foi um tanto controversa, pois os ministros concordaram sobre a recusa não ser um crime, com base no princípio constitucional que preza o direito de não produzir provas contra si mesmo.
O princípio, validado pelos ministros, contudo, não foi incluído nos autos da Ação, o que significa que as autoridades de trânsito poderão continuar multando os motoristas que se recusarem a realizar o exame de alcoolemia. O tema era questionado por mais de 1.000 processos em todo o Brasil e a fiscalização é mantida como vinha sendo feita desde 2008.
A decisão do STF também manteve a tolerância zero da lei seca, apesar da recomendação da OMS sobre uma tolerância de até 0,5 g de álcool por litro de sangue. No Brasil, atualmente, a única tolerância considerada é de 0,05 mg/l (0,00005 g/l) devido à possível margem de erro do equipamento de exame.
A ação sobre a tolerância zero foi movida pela Associação Brasileira de Restaurantes e Empresas de Entretenimento (Abrasel Nacional) por considerar inadequado que a lei equipare uma pessoa que consumiu álcool socialmente a uma pessoa embriagada.
Além do Brasil, os únicos países do mundo todo com tolerância zero são Brunei, Bangladesh, Rep. Tcheca, Estônia, Fiji, Hungria, Kwait, Nepal, Omã, Catar, Paquistão, Paraguai, Arábia Saudita, Eslováquia, Uruguai, Emirados Árabes Unidos e Vietnã. É importante mencionar que a lista inclui países de maioria islâmica, onde o consumo de álcool é proibido por lei em qualquer situação por questões religiosas.
Outra medida que foi mantida apesar do questionamento sobre a constitucionalidade foi a proibição da venda de bebidas alcóolicas em rodovias federais. A Abrasel Nacional questionou a medida pois algumas rodovias cruzam o perímetro urbano, o que torna proibida a venda de bebidas em restaurantes estabelecidos nestes locais.
A constitucionalidade foi questionada devido ao princípio constitucional da liberdade de comércio. Como o álcool é um produto legalizado, seria supostamente inconstitucional limitar sua venda de acordo com a região. Contudo, o STF já decidiu anteriormente que intervenções estatais na economia são constitucionais em caráter excepcional — e esta parece ter sido a base para a conservação da proibição.
Uma coisa a se considerar é que uma eventual decisão pela inconstitucionalidade por parte do STF teria impacto retroativo sobre todos os processos administrativos e infrações impostas pelos departamentos de trânsito em casos relacionados à lei seca e isso pode ter pesado na decisão da corte. (Leo Contesini)
Este é o Peugeot que voltará a Le Mans – e ele não tem asas
A Peugeot já havia mostrado seu 9X8 anteriormente, mas agora o carro chegou à sua versão final que irá entrar na pista para disputar o WEC. Além de ser um dos protótipos mais belos dos últimos tempos, ele também surpreendeu o público por não ter uma asa traseira como a maioria dos protótipos LMDh.
“Silhueta ímpar e sedutora” e “postura de felino” foram as expressões usadas pela Peugeot para qualificar seu carro. O negócio do felino é um clichê da Peugeot por causa do leão do seu logotipo, mas sem dúvida ele é um dos carros mais bonitos e diferentes já desenvolvidos para o endurance.
Por ora a Peugeot não falou muito sobre a aerodinâmica, o que é uma pena, porque queremos saber qual o segredo que permitiu dispensar uma asa traseira. Não pense que se trata apenas de um modelo de exibição; a Peugeot disse que ele irá estrear em julho, na 6 Horas de Monza, exatamente com essa cara.
Isso significa duas coisas: que eles estão fazendo uma aposta alta na aerodinâmica — e sabem onde estão pisando, pois já venceram Le Mans uma vez; e que teremos que esperar até 2023 para ver um Peugeot de volta a Le Mans.
O 9X8 irá disputar a categoria Hypercar com um V6 biturbo de 2,6 litros movendo as rodas traseiras e um motor elétrico impulsionado o eixo dianteiro. E apesar de ele parecer um carro compacto, o 9X8 tem 2 metros de largura, quase 5 metros de comprimento e pouco mais de 100 cm de altura, pesando somente 1.030 kg.
CEO da Mercedes-Benz: “Devíamos estar bêbados quando aprovamos o AMG-One”
Sempre foi algo que fez a gente coçar a cabeça, um monte de pontos de interrogação aparecendo em cima de nossas cabeças e depois explodindo feito bolhas de sabão. Motor de F1 de hoje? Mesmo? Como, quando, por qual motivo?
Um milhão de perguntas povoam nossa cabeça desde que o AMG Project One foi anunciado, lá atrás em 2016. Um motor de F1 hoje em dia é tão diferente do que temos nas ruas que parece não só impossível convertê-lo em algo para as ruas. Parece indesejável, mesmo.
Nem falamos de coisas como componentes de altíssima precisão, feitos com materiais especialíssimos que exigem pré-aquecimento antes da partida e costumam durar pouco. Nem volantes inerciais ultra-leves (por isso morrem com facilidade) e marcha-lenta na casa das 3.000-4.000 rpm — mesmo equipados com turbos. É o simples fato de que é feito para atender um livro de regras, e este livro de regras abandonou qualquer semelhança com o mundo real de carros de rua há muito, muito tempo atrás.
O plano original da empresa era lançar o hipercarro em 2019. Mas, como todos sabemos, a Mercedes-AMG ainda não produziu nenhuma das 275 unidades programadas para a série. O fabricante citou vários obstáculos durante o desenvolvimento do projeto – leis de emissões mais rígidas entre elas. E as dificuldades não param de aumentar.
Ola Källenius, CEO da Mercedes, disse para a Autocar: “A equipe da AMG, e o braço da Fórmula 1 High Performance Powertrain nos procurou há cerca de quatro anos e disseram ‘temos uma ótima ideia, vamos colocar um motor de Fórmula 1 em um carro de estrada.’ Vou ter que voltar para verificar a ata da reunião, mas tenho certeza de que estávamos bêbados quando dissemos sim”.
A Mercedes está determinada a terminar o o que começou, porém. Aparentemente, está pronta para revelar novidades sobre o AMG One “em algumas semanas”. Sabemos que o AMG One está programado para iniciar produção este ano.
A empresa promete também que publicará um “documentário muito honesto” sobre o desenvolvimento do AMG One. Se for honesto de verdade, tenho certeza que tem potencial para ser mais interessante que o carro em si. Sem contar que os direitos de transmissão de um documentário são bem-vindos para ajudar a pagar a conta… (MAO)
Segundo Rolls-Royce Boat Tail revelado em Villa d’Este
Os realmente ricos são definitivamente diferentes de mim e de você. Veja por exemplo o novo Rolls-Royce Boat Tail mostrado no famoso Concorso d’Eleganza, Villa d’Este, por si só um evento alienígena transbordando luxo por todos os poros, realizado anualmente às margens do Lago de Como.
O carro é marrom. Mas não diga isso perto do dono ou da Rolls-Royce: a marca não fornece um nome oficial para a cor do carro, mas sabemos que combina vários tons inspirados em conchas de pérolas da coleção pessoal do comprador. Coleção de pérolas? É, isso mesmo.
O mais recente Boat Tail – referido simplesmente como “o próximo capítulo” – faz sua estreia pública neste fim de semana no famoso Concorso d’Eleganza. Assim como no primeiro, seu comprador permanece anônimo, mas a Rolls-Royce diz que a família do indivíduo tem uma história na indústria de pérolas. Sacou?
A cor do carro sozinha provavelmente exigiu mais horas de engenharia e estudo que o próximo Renault Clio. O release da empresa gasta um tempão nisso, falando de “rosa macia”, “ostra”, flocos de branco e bronze, e assim por diante. Mas ainda assim, arriscando gritar que o imperador está pelado, ainda parece bem marrom para mim. Por dentro e por fora. Foi mal, Rolls.
“Cada encomenda de carrocerias da Rolls-Royce é, claro, incrivelmente especial; mas, neste caso, havia uma profundidade adicional de sentimento”, disse Alex Innes, chefe de design de carrocerias da Rolls-Royce.
“Criar um automóvel em homenagem ao pai e à história da família de um cliente reverenciado é um privilégio extraordinário; uma responsabilidade que levamos muito a sério. O resultado transcende uma máquina de transporte para se tornar, literalmente, uma obra de arte que se move.”
A empresa não revelou o preço deste segundo Boat Tail, mas o primeiro foi supostamente vendido por US$ 28 milhões. Com dois deles prontos, resta apenas mais um Boat Tail a ser feito. Rumores dizem que será bege, se me desculparem a piada fraca. (MAO)
A Lancia não está morta! E tem planos para o futuro
A Lancia, que todo mundo achava que tinha morrido em algum momento próximo de 1993, anunciou seu plano de dez anos à imprensa — parte do esforço da Stellantis em reviver esta amada marca italiana. Que na verdade não morreu; hoje é uma marca de um carro só, e confinada ao mercado italiano.
O novo Ypsilon, o carro pequeno que manteve a empresa viva graças a suas vendas fortes na Itália, vai ser lançado em 2024 com motores híbridos. O menor veículo da Lancia na linha terá cerca de quatro metros de comprimento e continuará a ser posicionado no mesmo segmento de sempre. Uma variante totalmente elétrica, obviamente, está prevista.
Dois anos depois, a marca revelará seu novo carro-chefe, um crossover de 4,6 metros de comprimento que se acredita ser chamado de Aurelia, e que acredita-se, elétrico. A empresa diz que entrará no maior segmento da Europa, ou seja: SUV. Deve competir com o novo Citroen C5 X e o próximo Opel Insignia, que também se transformará em um SUV. E lembrem: todos são Stellantis!
Em 2028, virá o esperado e anunciado Delta, totalmente elétrico. A Lancia diz que ele terá “linhas geométricas”, e vai “atrair entusiastas de carros em toda a Europa”. Esses três novos modelos cobrirão aproximadamente 50% do mercado no continente europeu, espera a Lancia. A partir de 2028, e seguindo a vontade dos políticos europeus de proibir veículos a combustão, a Lancia será uma marca só de elétricos.
Cinco novos executivos cuidarão deste novo esforço concentrado de renascimento. Um para cada mercado fora da Itália, onde a estrutura da marca ainda existe: França, Alemanha, Espanha, Bélgica e Luxemburgo e Holanda. Até ao final desta década, a Lancia pretende ter cerca de 100 concessionários em 60 grandes cidades da Europa. (MAO)
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