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Akio Toyoda não desistiu da combustão interna
A indústria do automóvel atual jogou a toalha: ninguém mais briga pelo automóvel em si, pelo seu futuro e continuidade. Fazem só o que são mandados via legislação, e o nebuloso gosto da turba. Não existe ninguém mais para lutar pela gente?
Tem sim. Ninguém menos que o herdeiro da Toyota, Akio “Morizo” Toyoda. O “dono” da empresa é, como sabemos, um entusiasta do automóvel e piloto habilidoso, e um que não parece disposto a capitular. Pelo menos, não sem uma boa briga antes. Algo extremamente raro neste mundo cada vez mais inundado de conformidade.
Ao falar em uma coletiva de imprensa durante o Salão de Tóquio, Akio Toyoda revelou que o fabricante está desenvolvendo modelos de motores de combustão interna de próxima geração, e esses motores desempenharão um papel importante para alcançar a neutralidade de carbono.
“Ainda existe um papel para os motores de combustão interna como meio prático de alcançar a neutralidade de carbono”, disse Toyoda aos jornalistas no Tokyo Auto Salon na sexta-feira. “Então, vamos refinar a tecnologia deles.”
“Os veículos elétricos a bateria não representam a única forma de alcançar a neutralidade de carbono”, disse Toyoda à multidão. “Não deveríamos todos ter entusiasmo pelos carros ao assumirmos o desafio? Você pode pensar: ‘Motores á combustão interna nos dias de hoje?’ Pode parecer que estamos correndo contra o tempo, mas isso não é verdade. Este é um passo necessário em direção ao futuro.”
Os detalhes sobre os motores da próxima geração da Toyota não foram divulgados, mas a Auto News entende que o uso de motores de combustão interna avançados será um foco principal da marca ao longo de 2024.
Toyoda mencionou também que aproximadamente 5,5 milhões de pessoas trabalham no setor automóvel do Japão e disse que quer proteger os empregos que essas pessoas têm; algo que mostra sua preocupação da validade do negócio de venda de elétricos, a longo prazo. Disse: “Essas pessoas apoiam o Japão e têm as habilidades necessárias para tornar forte o Japão de amanhã. Nunca devemos perder essas pessoas. Para todos aqueles que fabricaram motores até agora, continuemos a fabricá-los… nunca deixarei que todo o trabalho que vocês fizeram até agora seja desperdiçado.”
Não está claro o avanço tecnológico em combustão interna à que alude Toyoda; provavelmente passa por uma série de melhorias juntas, como altas taxas de compressão e lean burn. Também está trabalhando em motores movidos a combustível de hidrogênio. Veremos. Pelo menos, na pior das hipóteses, alguém não desistiu, e está tentando algo. (MAO)
Este é o novo Lexus LBX Morizo RR
Não é surpresa nenhuma que Akio “Morizo” Toyoda adora o powertrain do GR Yaris e GR Corolla; deseja usá-lo no maior número possível de carros. Aqui vemos o primeiro exemplo disso: em um Lexus!
Lançado no ano passado, o LBX é uma variante premium do Yaris Cross e, no Salão Automóvel de Tóquio de 2024, a divisão de luxo da Toyota apresentou uma versão dele com a mecânica do GR Yaris.
É o mesmo três em linha turbo de 1,6 litro com 300 cv e 40,8 mkgf usado nos outros “GR”, completo com a transmissão e tração nas quatro rodas do GR Yaris. É Lexus LBX Morizo RR. Ainda é um conceito, mas parece tão pronto para produção que parece, também, inevitável.
Como é um Lexus, a transmissão não é manual como nos outros “GR”, e sim a nova automática de oito velocidades lançada ao mesmo tempo como opcional no GR Yaris 2024. Ainda não foram divulgados detalhes desta nova caixa, que combina conversor de torque com pares de engrenagens como uma caixa manual tradicional; mas como vem de onde vem, deve ser algo muito bom.
O Lexus LBX Morizo RR vem com suspensão mais rígida, carroceria mais larga, e rodas de 19 polegadas calçadas com pneus 235/45 R19. A suspensão dianteira é MacPherson e a traseira de duplo braço, e os freios são a disco em todos os cantos. Vem com vários detalhes em amarelo, cor preferida de Morizo-San. (MAO)
Toyota Century Conversível para lutadores de Sumô
Qual é a melhor carro para um campeão japonês de sumô? Os lutadores de sumô são celebridades no Japão, sabemos, antes tratados como Deuses na terra, mas hoje apenas, bem… como celebridades. Não é qualquer carro que é possível: eles tem uma imagem a preservar. Há também o problema do tamanho físico das pessoas que praticam o esporte: não cabem, definitivamente, em qualquer kei-car.
Mas os problemas dessas pessoas acabaram-se, graças à Toyota. Esta preparou um carro especial para desfiles de lutadores de sumô: um dos novos e gigantescos SUV Toyota Century, só que conversível. Sério.
Esta versão sem teto do luxuoso SUV foi desenvolvida em resposta a um pedido especial de um lutador de sumô aposentado, destinada a servir como veículo de desfile para futuros campeões.
O exclusivo Toyota Century SUV Convertible foi totalmente revelado fora da arena Ryogoku Kokugikan, em Tóquio, no último sábado, com a participação do obviamente atarefado Akio “Morizo” Toyoda. Embora a parte inferior do exterior permaneça idêntica, o teto e as colunas foram removidos, convertendo-o efetivamente num conversível de quatro portas. Este SUV conversível tem acabamento em branco, complementado por um interior creme.
Além das modificações exteriores, os engenheiros da Toyota fizeram um esforço significativo para adaptar o SUV conversível à sua nova função. O interior é espaçoso o suficiente para acomodar dois lutadores de sumô, e a carroceria foi reforçada e a suspensão foi reforçada para suportar o peso adicional. Do carro e dos ocupantes.
Não há nenhuma palavra sobre quaisquer mudanças sob o capô, o que significa que o trem de força híbrido plug-in V6 de 3,5 litros é o mesmo, com 412 cv, enviados às quatro rodas através de uma caixa de câmbio e-CVT e do sistema E-Four Advanced AWD. Além disso, fornece até 69 km de autonomia em modo 100% elétrico. Nenhuma palavra sobre como a carga humana pode afetar esta autonomia.(MAO)
BMW continua a oferecer câmbio manual; mas investe no futuro elétrico
Numa rara notícia hoje onde Akio Toyoda não aparece, durante uma recente mesa redonda com a mídia, o Diretor Financeiro da BMW declarou uma mudança significativa na dinâmica de vendas da empresa, afirmando que o ponto de inflexão nas vendas de veículos com motor de combustão foi superado. O executivo enfatizou que os carros elétricos agora impulsionam a maior parte do crescimento das vendas da marca.
Sim, sabemos que as vendas de elétricos deram uma arrefecida durante 2023, e seu crescimento desacelera. Apesar disso, o ano acabou com um total de vendas anuais de 1,2 milhão de veículos elétricos, só nos EUA. Esse é o melhor desempenho de vendas de todos os tempos para o segmento, e significa que o tipo de veículo representou 7,6% do mercado automotivo dos EUA, o que é outro recorde.
De acordo com a entrevista da BMW, prevê-se que o patamar nas vendas de automóveis a combustão persista e diminua gradualmente. Esta tendência diz respeito às iminentes regulamentações ambientais definidas para restringir as vendas de veículos tradicionais, claro; é imposta. Mas real.
Com os prazos regulamentares a aproximarem-se em regiões que vão da China e da União Europeia a alguns estados dos EUA, os fabricantes de automóveis enfrentam uma pressão crescente para acelerar o desenvolvimento e a produção de veículos eléctricos.
A BMW alcançou uma participação de 15% nas vendas de veículos totalmente elétricos no ano passado. Ainda mais impressionante é que o i4 M50 foi o produto mais vendido da BMW M pelo segundo ano consecutivo. A empresa tem como meta ambiciosa uma participação de 33% até 2026, lançando seis novos modelos da sua linha Neue Klasse EV. Espera-se que o primeiro a chegar em 2025 seja um SUV elétrico do tamanho X3.
No entanto, o executivo reconheceu que as margens de lucro da BMW para motores de combustão e carros totalmente eléctricos ainda não estão alinhados, o que se espera que aconteça em 2026. Ou seja: a empresa precisa fazer dinheiro com combustão interna, para gastar em elétricos.
E para isso, a empresa continua investindo em motores de combustão interna. E, inclusive, a BMW continua empenhada em vender veículos com transmissão manual. A empresa confirmou que o M2, M3 e M4 continuarão a oferecer caixas de câmbio manuais, pelo menos para a atual geração de carros. Quando questionada sobre a percentagem de vendas de caixas de velocidades manuais, a BMW disse ao TopGear que 15 a 20 por cento dos modelos M3 e M4 vendidos são manuais, e uma porcentagem maior ainda de compradores de M2 escolhem ter três pedais e a alavanca manual. A maré parece estar voltando lentamente para o lado certo.
Como dissemos, os próximos anos do caminho ao futuro elétrico esperado serão tudo menos enfadonhos; muita coisa deve acontecer até lá, e o futuro é tudo, menos certo. Para um lado ou para o outro. (MAO)