No dia 31 de agosto, todo mundo ficou sabendo como seria o Volvo S90, novo topo de linha da marca sueca, quando a foto de uma miniatura “vazou” em um site chinês. Agora, pouco mais de quatro meses depois, o sedã de luxo foi revelado oficialmente pela Volvo. E ele é um híbrido plug-in com um motor de quatro cilindros com turbo, compressor e 407 cv, além de uma carroceria esguia e elegante típica dos escandinavos.
A verdade é que a Volvo decidiu soltar o S90 depois que os caras do Autoblog.nl vazaram as fotos oficiais do carro. De qualquer forma, isto não importa, não é mesmo?
A adoção da tecnologia híbrida não deve ser surpresa para ninguém: em 2013, a Volvo apresentou os motores Drive-E que, em maio de 2014, chegaram ao Brasil. Trata-se de uma família composta por motores de diferentes potências — classificadas como T4, T5 e T6 — todas com o mesmo núcleo. Fizemos um post bastante detalhado a respeito dos motores Drive-E, e o parágrafo seguinte sintetiza muito bem do que eles se tratam:
A filosofia por trás do desenvolvimento da família de motores Drive-E está fundada em quatro pilares: redução de tamanho e peso do conjunto, aprimoramento do fluxo e do atrito, redução de perdas energéticas com acessórios e transmissão; e por fim, fazer deste powertrain algo extremamente modular para ganhos em escala. Sobre esta última parte, trata-se do uso em diversos veículos da marca e com diferentes propostas de uso e potência (do frugal ao esportivo), mantendo o bloco, virabrequim, cárter, bomba de óleo e agregados (como o compressor do ar-condicionado); além de ele já estar pronto para trabalhar com sistemas híbridos.
Com isso, as versões T4, T5 e T6 usam todos o mesmo núcleo. Os nomes descrevem a faixa de potência: T4 a partir de 181 cv, T5 a partir de 245 cv e T6 a partir de 306 cv.
A última adição à família foi a versão T8, que usufrui da aptidão dos motores Drive-E para receberem sistemas híbridos. Resultado: aos 319 cv do motor dual-charged somam-se 88 cv de um motor elétrico montado no eixo traseiro que, além de fornecer a potência extra, também é recarregado durante as frenagens. Ele também pode ser usado sozinho, com autonomia de mais de 30 km.
No total, portanto, são 407 cv a 6.000 rpm e 57,6 mkgf de torque entre 2.200 rpm e 5.400 rpm — considerando que a Volvo utiliza exatamente o mesmo motor encontrado no SUV XC90 T8, que também cede a plataforma ao S90. Por enquanto a Volvo foi bastante econômica nos detalhes, limitando-se a dizer que o motor híbrido será adotado e que também estarão disponíveis os motores T5, que tem apenas o turbocompressor; e T6, com turbo e compressor mecânico, mas sem tecnologia híbrida. Tudo isto sem dar dados de potência ou desempenho, que deverão aparecer até o Salão de Detroit em Janeiro, onde o S90 finalmente será apresentado em público em metal, borracha e couro.
Também não se fala sobre o câmbio mas, se o resto da linha oferece alguma pista, o S90 deverá receber uma caixa automática de oito marchas. As versões T5 e T6 deverão ter tração integral mas, de acordo com a imprensa europeia, não devemos descartar a possibilidade de uma versão de entrada T5 com tração dianteira.
Mas vamos falar do visual: por fora, o carro lembra uma versão mais comportada (e com quatro portas) do belíssimo Concept Coupe — da mesma família de conceitos que inspirou o novo XC90 —, enquanto a traseira traz lanternas grandes, em formato de “C”. O caimento do teto, como é tendência nos sedãs atuais, forma uma linha suave, quase fastback.
O interior do carro traz o que se espera de um sedã de luxo: amplo espaço interno, acabamento em metal, couro e madeira e uma grande tela sensível ao toque no console. O sistema de entretenimento é democrático: pode rodar Android Auto ou Apple CarPlay, ambos com uma boa variedade de aplicativos na nuvem. O painel também traz um cluster de instrumentos digital, algo que está ficando cada vez mais comum até em segmentos inferiores.
Com 4,96 metros de comprimento, 2,94 metros de entre-eixos e 1,89 metro de largura, o S90 tem o porte semelhante ao do atual BMW Série 5. No entanto, suas linhas dão a impressão de que ele é maior — e, para alguns entusiastas, certamente meio sóbrio. De qualquer forma, não dá para dizer que não é um carro bonito e bem proporcionado, algo que a Volvo vem fazendo muito bem nos últimos tempos.
No entanto, a maior marca dos suecos é a segurança. E, sendo o topo de linha da marca, obviamente o S90 não irá decepcionar. Para começar, a Volvo faz questão de destacar o sistema City Safety, com frenagens emergenciais automáticas: se os radares instalados na dianteira do XC90 detectarem o cruzamento ou parada repentina de um veículo, pedestre, ciclista, seja de dia ou de noite, o veículo freia automaticamente para prevenir o acidente. O motorista pode regular o raio de distância para atuação do sistema. Curiosamente, o City Safety foi pensado para prevenir um risco bastante comum na Escandinávia: colisões com animais grandes na pista, como alces.
O S90 também é “semi-autônomo”: o sistema Pilot Assist mantém o automóvel alinhado com as faixas do asfalto, corrigindo o volante automaticamente e, até 130 km/h, também ajuda a manter uma distância segura do carro que vai à sua frente, sem a necessidade de dosar o acelerador ou os freios.
Novos detalhes sobre motorização e preço deverão surgir até o Salão de Detroit, em janeiro. Até lá, diga aí: o que você achou do novo flasgship da Volvo?