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Super Veloce Unico quer ser o “BAC Mono brasileiro”

Vejam só a ironia… enquanto a Lecar anuncia planos ambiciosos, novos modelos, fábricas e concessionárias, mas não apresenta sequer um protótipo funcional, uma outra fabricante brasileira, sem alarde, colocou no Salão do Automóvel um protótipo com motor, suspensão, freios e direção de verdade, já em fase de homologação. Trata-se da Super Veloce, fabricante do Unico (estilizado como UNICO).

A marca é uma parceria de Rafael Espíndola, que foi embaixador da Lamborghini no Brasil e fundador da Super Veloce, e Adhemar Cabral, designer conhecido por suas peças de fibra de vidro e fibra de carbono, e réplicas fiéis de modelos de Fórmula 1. O modelo é um speedster monoposto, semelhante a outros modelos que seguem a mesma filosofia “essencialista” como o BAC Mono, o Vuhl 05 e o KTM X-Bow — que, no fim das contas, são evoluções radicais e modernas do conceito do Lotus Seven.
Segundo a Super Veloce, o carro foi desenvolvido ao longo dos últimos dois anos, e foi refinado em túnel de vento, resultando em uma carenagem essencialmente funcional — seja para reduzir arrasto, gerar downforce ou otimizar captação de ar para motor e arrefecimento. O chassi é tubular de aço-carbono, mas pode ser encomendado com tubos de cromo-molibdênio (o famoso “chromoly”), enquanto a carenagem é toda de fibra de carbono e pesa 40 kg. A suspensão dianteira usa um arranjo de braços triangulares sobrepostos/double wishbone, enquanto a traseira usa um conjunto multilink. Os freios usam pinças de quatro pistões com discos de 380 mm na dianteira e 280 mm na traseira.

O motor é um Ford EcoBoost 2.0 instalado na traseira, claro, em posição longitudinal. Tem preparação específica para entregar 360 cv a 6.200 rpm e 42 kgfm a 3.400 rpm. O câmbio é um powershift com atuação sequencial. Ainda segundo a SV, o UNICO acelera de 0 a 100 km/h em 4,5 segundos e ultrapassa os 270 km/h. Também de acordo com a fabricante, o carro poderá ter opções para motores V6 e biturbo, além de outros tipos de transmissão, como as atuais Hewland.

A SV diz que o carro já está em fase de homologação, e irá produzi-lo em uma unidade na Zona Sul de São Paulo/SP a um ritmo artesanal de apenas três unidades por ano. É uma meta ambiciosa para um carro nacional que parte de R$ 1.500.000, embora realista. Diferentemente daquela outra marca…
Nissan Kait “vaza” antes da hora

Ele deveria ser revelado só na terça-feira (2), mas você sabe como são os lançamentos hoje em dia. Não existem mais segredos no mundo das teletelas, então o Nissan Kait deu as caras com alguns dias de antecedência. As imagens foram publicadas pelo perfil @gessnermotors e mostram o SUV por inteiro, sem sombras nem disfarces.
Como esperado, ele tem as proporções e silhueta do Kicks play, mas a marca fez um bom trabalho no facelift (e no “buttlift”) para transformá-lo em um carro com cara mais moderna e identidade própria. Quem disser que ele parece um Kicks estará mentindo ou louco. Infelizmente, o “vazamento” não “vazou” fotos do interior — que é onde o carro deve mudar menos devido à arquitetura elétrica/eletrônica.

Caso você não tenha visto a notícia há alguns dias, o Nissan Kait é a resposta da marca japonesa ao Volkswagen Tera, ao Fiat Pulse, ao Renault Kardian e ao futuro Chevrolet Sonic — sua aposta no segmento dos hatches compactos SUVizados. Ele é baseado na geração anterior do Kicks (o atual Kicks Play) e, por isso, mantém as mesmas dimensões e conjunto mecânico — motor 1.6 16v de 113 cv com câmbio CVT e, dizem um possível câmbio manual para baixar o preço de entrada. Veremos na terça-feira (2).
Bugatti entrega o último Bolide

A Bugatti concluiu a produção do Bolide, e com ele encerra praticamente a penúltima etapa da história do motor W16 quadriturbo. A 40ª unidade do modelo deixou a fábrica em Molsheim para ser entregue diretamente ao proprietário, marcando o fim do hipercarro.
O comprador, claro, não é um neófito no universo Bugatti — lembra qual o perfil do cliente da marca? Além de manter um Type 35 em sua coleção ele também possui o último Veyron Grand Sport produzido e agora, acrescenta à garagem o último Bolide, repetindo inclusive o mesmo esquema de cores: carroceria em Black Blue e Special Blue Lyonnais e interior em Lake Blue revestido de Alcantara.

Embora o Bolide seja um veículo dedicado à pista e não homologado para as ruas, já existe um movimento para tentar ampliar seus horizontes. A Lanzante, especializada nesse tipo de conversão , confirmou que está trabalhando nisso — o que não garante que ele será legalizado em todos os países, mas indica que o Bolide pode ter vida fora das pistas.

Apesar do encerramento da produção do Bolide, o W16 ainda tem um último capítulo a concluir: o Bugatti Mistral, que ainda está em produção. Será o último Bugatti com esse motor, que estreou no Veyron há 20 anos e redefiniu o que se entende por desempenho em um carro de rua. Quando o último Mistral for entregue, o W16 se despede oficialmente.
A partir daí, o foco da Bugatti muda. O sucessor do Chiron, o Tourbillon, inaugura uma nova fase com um motor V16 aspirado de 8,4 litros, desenvolvido pela Cosworth e integrado a um sistema híbrido. Não há turbos, o que reforça que a marca está buscando uma identidade de potência e resposta diferente para os próximos anos, sem abrir mão da complexidade mecânica que sempre caracterizou seus projetos.

Ainda assim, o W16 provavelmente não desaparecerá do noticiário tão cedo. A Bugatti lançou o Programme Solitaire, uma iniciativa dedicada a criar carros únicos baseados em powertrains e plataformas já existentes, como o recém-apresentado Brouillard. É uma abordagem semelhante à da Pagani com o Zonda, que continua surgindo em novas interpretações mesmo décadas após seu lançamento.
Toyota GR GT também aparece antes da hora

Com o lançamento do Toyota GR GT marcado para o dia 5 de dezembro, já estava na hora de algum teaser ou vazamento, não? Pois aí está: um comercial de TV exibido apenas no Japão, traz alguns segundos da silhueta do próximo supercarro da Toyota — o herdeiro do LF-A.
O vídeo mostra o novo supercarro ao lado do 2000GT e do Lexus LF-A na mesma pista, deixando claro que se trata do sucessor desta linhagem. Os três já haviam sido reunidos no Fuji Speedway meses atrás sob o slogan “The Soul Lives On”, mas desta vez o novo carro aparece rodando, com detalhes próximos o suficiente para confirmar muito do que vinha sendo captado em flagras. A placa vista no teaser reforça o nome que vinha circulando: Toyota GR GT.

A linguagem visual combina referências claras ao LFA — entradas altas nas laterais, tomadas no capô, capô longo — com a nova estética da linha GR. Os faróis lembram o GR86, a grade é estreita e os recortes inferiores do para-choque são mais pronunciados. Na traseira, a assinatura em LED aparece embutida em grandes saídas de ar, e o spoiler tipo ducktail integra a carroceria; a asa maior ficará reservada para a versão de competição.

O interior já havia sido parcialmente revelado no Goodwood Festival of Speed: revestimentos em couro e Alcantara vermelhos, bancos de fibra de carbono e uma combinação de comandos físicos com tela central moderna. É claramente um cockpit com foco no condutor, mas sem abrir mão da ergonomia típica dos GR mais recentes.

O dado técnico já confirmado pela Toyota é o motor: um V8 biturbo completamente novo, integrado a um sistema híbrido próprio da marca. A potência estimada supera os 800 cv, e o motor foi desenvolvido a partir da mesma arquitetura que servirá de base para o futuro 2.0 turbo da Toyota — o que indica uma estratégia modular, quem sabe para um novo Supra, para o próximo Celica ou até mesmo para o GR Corolla?
Canadenses rejeitam transição forçada para elétricos

Uma nova pesquisa realizada no Canadian International Auto Show revela um cenário previsível em relação à transição obrigatória para veículos elétricos: o público canadense é contra.
O governo canadense também adotou a meta de banir a venda de carros a combustão novos a partir de 2035 — embora ainda permita a venda de carros a combustão usados após essa data —, mas o público parece não apoiar a medida, algo que soa intrigante em um país dito democrático. Segundo o levantamento, 68% dos entrevistados são contrários a esta política de substituição obrigatória. Sim, você pode argumentar que o público estava direcionado, afinal, é um Salão do Automóvel, mas considere que ainda é um evento público com um volume significativo de visitantes, então há, de fato, uma parcela da população representada nessa amostra.

As escolhas para o “próximo carro” reforçam essa distância entre planejamento e realidade. Quase metade dos entrevistados — 47% — pretende comprar um veículo tradicional a gasolina. Outros 30% consideram um híbrido convencional, e 11% pensam em um híbrido plug-in. Isso deixa apenas 10% inclinados a adquirir um elétrico puro. Ou seja, mesmo somando as alternativas eletrificadas, as intenções de compra ainda ficam muito abaixo do que seria necessário para cumprir as metas oficiais.

Nem mesmo os incentivos, que poderiam teoricamente impulsionar o interesse, contam com consenso: 54% dos participantes acreditam que eles deveriam voltar, mas esse número está longe de indicar apoio maciço. O ponto em que existe uma concordância mais sólida, independentemente da opinião sobre os elétricos, é a infraestrutura. A maioria reconhece que, sem uma rede de recarga mais ampla e confiável, não haverá mudança de comportamento em escala.
O estudo também aponta algo que produtores e consumidores canadenses vêm repetindo há décadas: a importância da liberdade de escolha. Variações de preço, oferta de powertrains e disponibilidade real no mercado continuam sendo decisivos para o público. Isso coincide com rumores de que o governo estaria revisando alguns pontos de sua política após analisar os impactos e a recepção pública.


