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Uma homenagem a Ayrton Senna no GP do Japão de 1990 – usando rFactor 2

A relação de Ayrton Senna com a Honda tornou o brasileiro muito admirado no Japão – quase tanto quanto no Brasil. E veio de um fã japonês esta bela homenagem: um “onboard” no rFactor 2 que simula a famosa pole position de Ayrton no Grande Prêmio do Japão de 1990, no famoso circuito de Suzuka, com o McLaren MP4/5B. Para quem curte simuladores e é fã de Ayrton Senna, é difícil não ficar arrepiado.

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No dia 20 de outubro de 1990, Ayrton Senna classificou-se para largar na ponta ao virar 1min36s996 no circuito de Suzuka. O segundo colocado foi Alain Prost, que ainda estava na Ferrari, e virou 1min37s228 – só 0,232 segundo mais lento que o brasileiro.

A prova não teve um final feliz para nenhum dos dois, porém: tanto Senna quanto Prost brigavam pelo título naquela que era a penúltima das 16 corridas da temporada, e o clima entre eles estava tão agitado que logo na primeira curva, seus carros se tocaram e os dois foram direto para fora da pista.

Para sua sorte, Ayrton estava bem à frente na tabela e conseguiu garantir seu segundo título faltando ainda uma corrida para o fim do campeonato. Além disso, o GP de Suzuka de 1990 foi um dos poucos a terminar com uma dobradinha brasileira – Nelson Piquet foi o vencedor e Roberto Moreno foi o segundo colocado, ambos pela Benetton.

Trinta anos depois, um piloto de simuladores japonês chamado Atsushi tenta reproduzir a volta de Senna em Suzuka no rFactor 2 – e faz um ótimo trabalho.

No vídeo Atsushi consegue virar 1min37s552 – seu recorde pessoal. Segundo ele, pilotar usando sapatos é meio que um handicap em uma situação como esta. Além disso, o macacão e o capacete são quentes, e ele não consegue pilotar direito por mais que três voltas com eles. Isto até pode funcionar como mais um argumento a favor da excelência de Ayrton Senna – afinal, ele não estava apenas usando capacete e macacão, mas dentro de um carro de Fórmula 1 de verdade, correndo riscos reais de vida, e não na segurança de um quarto às voltas com um simulador.

Ainda assim, Atsushi demonstra um estilo de pilotagem semelhante ao de Senna (ainda que alguns erros de timing mostrem que há ainda bastante espaço para evolução), incorporando até mesmo sua técnica de bombear o acelerador muito rapidamente após as reduções – algo que definitivamente o ajudava a eliminar alguns centésimos de segundo por volta. Como no vídeo abaixo, de um de seus famosos testes com o Honda NSX.

Seu setup também é animal. O rFactor 2 é um dos mais completos simuladores da atualidade, é altamente customizável e, nesta configuração, reproduz com fidelidade absurda não apenas o traçado de Suzuka em 1990, mas também o visual e o ronco do MP4/5B, com seu V10 RA100E de 3,5 litros e potência entre 650 cv e 700 cv a 13.800 rpm. Naturalmente, para rodar o simulador da forma como Atsushi faz – com os gráficos no máximo e um monitor 32:9 (3840×1080) para garantir uma bela a visão panorâmica – é preciso uma máquina poderosa. Seu computador tem um Intel Core i9, uma placa de vídeo GeForce RTX 2080Ti de 11 gb, 64 gb de Ram e um SSD Corsair de 960 GB.

O rig também é muito especializado, com um sistema de movimento eletro-hidráulico de oito eixos direcionais e um volante réplica do McLaren MP4/4 customizado com o emblema da Honda e fabricado pela 3DRap – especializada justamente em réplicas de volantes de automobilismo para uso em simuladores. O volante tem mecanismo SimuCUBE e atua ligado a uma alavanca de câmbio manual Thrustmaster e pedais mecânicos de embreagem, freio e acelerador da Fanatec.

No vídeo acima, de outra volta, é possível ver o monitor mais de perto – e perceber melhor a atuação do conjunto simulador + cabine.

Para ficar mais completo só faltou um cockpit em fibra, mas é possível imaginar o nível de imersão do conjunto todo – algo que chegaria a níveis absurdos com um óculos VR. Mas aí a gente não conseguiria acompanhar tudo, não é?