FlatOut!
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Técnica

A ciência dos carros voadores

Pouco antes de começar este texto, coloquei minha modéstia numa gaveta, enrolada num filme plástico e a tranquei com duas voltas na chave. Porque eu quero começar dizendo que sou um bom motorista. Eu não atrapalho o trânsito, não acho que sou o sócio-majoritário da faixa da esquerda, evito exceder os limites de velocidade e o Detran não manda uma cartinha pra mim há tanto tempo que, na última vez que isso aconteceu, eu já estava em outro estado fazia sete anos. Foi o maior rolo pra resolver. Mas, divago, como diria o filósofo MAO. O que eu quero dizer é que, apesar de dirigir sob qualquer condição adversa, no escuro, sob chuva, neblina, nuvens de poeira ou por estradas lamacentas, eu tenho um ponto fraco irremediável. Sou vítima fácil das lombadas. Lá estou eu, atento a tudo e a todos. De repente, aquele montinho de asfalto brota do chão e joga meu carro para o alto. Foi desse jeito, aliás, que eu descobri que o conforto sobre obstáculos vem do entre-eixos, e não do curso da sus