Há pouco mais de 24 horas falamos sobre a possibilidade de a Audi deixar Le Mans e o Mundial de Endurance como um dos efeitos colaterais do escândalo Dieselgate. Só que o negócio pode não parar por aí: o escândalo também colocou em risco a existência do Audi R8.
O dieselgate não foi apenas um abalo sísmico de nove graus na imagem do Grupo Volkswagen. A perda de credibilidade causou um prejuízo de US$ 1,8 bilhões ao grupo em 2015. E como qualquer empresa com prejuízos, a Volkswagen elaborou um plano de corte de custos para recuperar estas perdas.
Com menos dinheiro, a Audi terá que refazer seus planos para os próximos anos, e isso coloca em risco sua operação em Le Mans/WEC, que custa cerca de US$ 500 milhões por ano, e também o Audi R8, que segundo a imprensa europeia, não é muito lucrativo para a fabricante de Ingolstadt (estima-se um lucro médio de €4.200 por unidade. Segundo os britânicos da Autocar, se isso acontecer de fato, o R8 não terá uma terceira geração, tampouco um sucessor.
Além disso, segundo a revista alemã Der Spiegel, os cortes de orçamento também ameaçam a plataforma MLB, atualmente usada para produzir 770.000 veículos por ano somente com o emblema das quatro argolas, entre eles o RS7 da foto acima. Se isso acontecer de fato, todos os modelos baseados nesta plataforma estarão comprometidos — e isso inclui o Audi Q7 e o recém-lançado Bentley Bentayga. Os carros menores baseados nesta plataforma, como o Audi A4 e o A5, continuariam produzidos sobre a MQB, de motores transversais, enquanto os maiores seriam transferidos para a MSB, lançada pelo Porsche Panamera.
A como se não bastasse a possibilidade de perder seu programa no WEC, o R8 e a plataforma MLB, a Audi já adiou os planos de construir um novo centro de pesquisas, um túnel de vento e um centro de testes de impacto.