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Car Culture Projetos Zero a 300

Este Plymouth Barracuda com chassi e motor de Dodge Viper é o restomod quase perfeito

Você já deve ter visto aqui no FlatOut alguns projetos de muscle cars modernizados. Geralmente este tipo de cirurgia é complicado – especialmente quando estamos falando de vestir um carro moderno com uma carroceria clássica, ou reconstruir um clássico utilizando elementos modernos. Não faltam exemplos, mas logo de cara vêm à mente os Mustang da Retrobuilt.

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Talvez você lembre deles, até porque é difícil esquecer o que acontece quando se pega um Ford Mustang de quinta geração – o modelo retrô lançado em 2004 – e coloca-se nele elementos estéticos da primeira geração, como faróis, lanternas, grade e para-choques.

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As proporções mais robustas do pony car moderno não recebem muito bem os componentes projetados para o Mustang mais esguio da década de 1960, e o resultado é um monstro de Frankenstein um tanto desajeitado, com a traseira alta demais, um espaço muito grande entre o topo do capô e da tampa do porta-malas e as caixas de roda, e uma postura raked (com a traseira mais alta que a dianteira) meio forçada.

Parece meio que um problema sem solução: como colocar uma carroceria clássica sobre uma estrutura moderna e acertar nas proporções? Pois há como fazê-lo – basta escolher os carros certos. Prova disto é o carro que viemos mostrar hoje.

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Isto, caro leitor, é um Dodge Viper com a carroceria de um Plymouth Barracuda – mas se a gente só tivesse mostrado a foto, sem dizer nada, você talvez sequer tivesse percebido. Quer dizer, os mais atentos talvez tenham notado as rodas de Viper mas, fora elas, não há muito no carro que denuncie sua verdadeira natureza.

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Como disse o pessoal do The Drive, este é provavelmente um dos project cars mais conceitualmente norte-americanos já feitos – afinal, trata-se de um muscle car icônico do início dos anos 70 com as entranhas de um dos esportivos que melhor materializam tudo o que gostamos nos carros dos EUA: um enorme motor em V com comando no bloco, câmbio manual e tração traseira – e a capacidade encarar de igual para igual as melhores ofertas das fabricantes europeias a um custo muito menor.

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Mas este carro foi feito no México, e não nos EUA. Os responsáveis são os caras da Street Toys Hot Rods and Customs, que fica em Ciudad Juárez – quase na fronteira com o Texas. Eles fizeram um excelente trabalho ao casar o chassi (que na verdade, está mais para monobloco) de um Dodge Viper à carroceria de um Plymouth ‘Cuda. O projeto foi concretizado nos últimos meses, em um trabalho intensivo para apresentar o carro no SEMA Show 2018 – quer dizer, no estacionamento do evento em Las Vegas. Onde, verdade seja dita, muitas vezes ficam projetos mais interessantes que aqueles apresentados dentro do evento.

O ponto de partida foi um Dodge Viper de terceira geração, ZB I, fabricado entre 2003 e 2007. Trata-se da primeira atualização abrangente feita pela Dodge no Viper, que ganhou um visual mais agressivo e um novo motor V10 de 8,3 litros com 507 cv e 72,6 mkgf de torque, acoplado a uma caixa manual de seis marchas Tremec T56. O Viper cedeu seu chassi, conjunto mecânico, interior e suspensão ao projeto.

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Já a carroceria utilizada era de um Plymouth Barracuda 1970. Embora não tenha ficado claro qual era a versão do carro, pense conosco: o ‘Cuda mais potente de todos tinha um V8 Hemi 426, big block de sete litros com 430 cv e 67,7 mkgf de torque. Ou seja, do ponto de vista puramente numérico, o transplante de carroceria/chassi foi absolutamente vantajoso. E mais: em termos de manejo, a suspensão independente nas quatro rodas do Viper, com braços triangulares sobrepostos nos dois eixos, é tecnicamente superior ao sistema original do ‘Cuda.

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A escolha dos elementos se mostrou acertada também por conta das dimensões. Veja só: enquanto o Dodge Viper ZB I tem 4.460 mm de comprimento, 1.920 mm de largura e 2.510 mm de entre-eixos, o Plymouth ‘Cuda tinha 4.739 mm de comprimento, 1.902 mm de largura e 2.743 mm de entre-eixos. Traduzindo: como a largura dos dois carros é quase idêntica, foi preciso apenas aumentar o entre-eixos do chassi do Viper em pouco mais de 20 cm para acomodá-lo sob a carroceria do Barracuda. Com isto, as proporções do muscle car fabricado em 1970 não foram alteradas, e a harmonia de suas belas linhas foi totalmente preservada.

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Em essência, o que ocorreu foi um transplante completo de estrutura, quase que um cruzamento – a carroceria do ‘Cuda foi removida de sua própria estrutura e os painéis foram instalados sobre a estrutura do Viper, que por sua vez foi devidamente modificada. Aliás, vale lembrar que o Viper é um caso curioso de construção híbrida: embora tenha carroceria sobre chassi, há longarinas e o assoalho e o túnel de transmissão são componentes estruturais, como em um monobloco. Uma forma de chamar este tipo de construção é “semi-monocoque”.

Caso tivesse sido um engine swap, teria sido necessário adaptar o cofre do muscle car, alargar o túnel de transmissão e adaptar as caixas de roda originais para abrigar os enormes pneus do Viper – 275/35 na dianteira e 335/30 na traseira. Agora, por mais que pareça ter sido um trabalho mais simples por conta disto, não pense que é brincadeira pegar um pony car com monobloco, retirá-lo de seu monobloco e adaptá-lo sobre uma estrutura completamente diferente sem prejudicar sua integridade.

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Como se não bastasse, eles também incluíram um supercharter Paxton montado sobre o V10 de 8,3 litros, devidamente coberto por um scoop funcional no capô. O compressor mecânico leva a potência do motor de 507 cv para 720 cv. Câmbio e diferencial original do Viper, que já são superdimensionados, foram mantidos sem alterações.

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Pois agora chegamos à parte que faz deste restomod um caso quase perfeito: o interior do Viper também foi preservado. E, embora as dimensões do carro tenham casado perfeitamente – o painel de instrumentos simplesmente não foi alterado em nada, e apenas novos revestimentos de porta de fibra de vidro precisaram ser feitos sob medida, o conflito estético entre o lado de fora e o lado de dentro pode não agradar a todo mundo.

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Na nossa humilde opinião, os caras da Street Toys poderiam ter adaptado o interior do ‘Cuda ao projeto – existem instrumentos modernos com visual clássico que cairiam bem ao carro e deixariam o visual interno mais condizente com a carroceria.

Fora isto, este certamente é um dos nossos body swaps favoritos dos últimos tempos.

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