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Zero a 300

O Fiat Titano | Um novo Honda S2000? | RIP Giotto Bizzarrini e mais!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere conosco.

 

Fiat mostra primeiro teaser da nova picape Titano

A Peugeot Landtrek parece que finalmente vai vir mesmo para o Brasil, ainda que não como uma Peugeot; será o Fiat Titano. O sucesso da Toro, afinal de contas, abre caminho para que a Fiat seja bem recebida como uma marca de caminhonetes.

A Landtrek não é exatamente uma novidade: foi desenvolvida com o grupo chinês Changan Automobile e o então Groupe PSA sob a submarca Kaicene, e lançado em 2019. O Peugeot Landtrek era sua versão europeia basicamente, mas é vendida em outros mercados, como a Argentina. E agora, será um Fiat brasileiro. É uma picape média com chassi, na categoria superpopulosa da Hilux/S10/Ranger/L200/Amarok/Frontier.

A Peugeot Landtrek

A Fiat finalmente oficializou as primeiras informações a respeito da picape média. E ele veio basicamente como mais um teaser onde mostra alguns detalhes do design e confirma o nome Titano para a caminhonete.

De acordo com a marca, Titano vem da mitologia grega, e do metal titânio. Devemos relevar o fato de que não há exatamente um “Titano” na mitologia grega (existem os Titãs e a guerra deles com Zeus e outros Deuses, a Titanomaquia, e Titono, que pediu a Zeus imortalidade, mas esqueceu de pedir juventude eterna), nem muito menos, pelo que tudo indica, algum titânio no carro. E não dá para deixar de imaginar que se fosse um Ford existiria uma Titano Titanium. E ainda assim, não usaria nem um grama do metal nobre.

De qualquer forma, o nome e os detalhes de estilo são tudo que temos oficialmente. Os boatos indicam que além do design Fiat, a picape com chassi separado receberá motor novo e exclusivo; talvez o 2,2 litros turbodiesel da van Ducato, alterado para a nova aplicação. Espera-se algo em torno de 200 cv e 45 mkgf.

A picape será lançada quase ao mesmo tempo que uma versão maior da Toro, monobloco e com a marca RAM, aparecerá no mercado nacional, que, parece, não está com falta de picapes para escolher atualmente. Obviamente a picape monobloco da RAM parece a melhor opção teórica, mas com a Titano, a Stellantis terá absolutamente todo tipo de picape em oferta, da Fiat Strada até as gigantes RAM fullsize, e todo o resto no meio. (MAO)

 

Honda pode estar fazendo novo S2000

Em uma entrevista recente à Autocar, Tom Gardner, vice-presidente sênior da Honda Motor Europe, disse que há possibilidade de acontecer um sucessor ao famoso carro esporte S2000. Viria para comemorar seu 75º aniversário da Honda, e poderia ser lançado em 2023. Lembre-se que Honda lançou o S2000 como uma forma de comemorar o 50º aniversário da marca, um presente a si mesma, e aos seus fãs.

Disse também que a nova geração do Civic Type R tem sido bastante popular entre os clientes, o que abriria o caminho para expansão para este lado.  “Adoramos alto desempenho e estamos muito gratos pela boa reação que tivemos ao último Type R”, disse ele à publicação.

Os boatos indicam que o novo modelo teria proporções semelhantes ao S2000 original, e peso em torno de 1300 kg, usando alumínio e fibra de carbono. Supostamente usaria o motor do Civic Type R, com 320 cv.

Rumores também indicam que pode existir um sucessor para o NSX também; a produção do carro atual encerrou em novembro passado. O modelo provavelmente retornará de alguma forma, mas esta forma será, muito provavelmente, totalmente elétrica. (MAO)

 

Aston Martin mostra teaser do DB12

A Aston Martin anunciou que vai lançar o seu mais novo DB, provavelmente chamado de DB12, em 24 de maio. A empresa diz que ele “não é um mero GT. Grande não é suficiente”. O anúncio veio com a esperada imagem-teaser, mas não deu detalhes para que possamos entender por que motivo o adjetivo “Grande” ficou pequeno para ele.  Vamos ter que acreditar na palavra deles. Ou não.

A empresa mostra uma silhueta que parece uma continuação desta longa linhagem de cupês de luxo e alto desempenho. Mas Aston Martin insiste que este veículo não será um novo DB, mas uma nova categoria de veículo que “se libertará das normas do setor GT”. Há também uma sugestão de que será algo particularmente especial, construído para comemorar o 75º aniversário da linha DB da empresa.

De qualquer forma, parece que será o DB12, o carro que foi flagrado camuflado em janeiro passado. Um protótipo foi avistado recentemente também em Nurburgring. Abundam os rumores de que o V12 retornará para o DB de próxima geração, e o barulho deste protótipo no Nordschleife parece confirmar isto.

Muito provavelmente este V12 virá com algum sistema híbrido, ou, pelo menos, com provisão para eles. O motor à combustão deve continuar na Aston, como parece ser o caso na Ferrari também; a permissão dos combustíveis sintéticos parecendo cada vez mais um waiver para milionários não ficarem sem seus V12, ou seus 911. Eu e você? Adivinha. (MAO)

 

Primeiro Lamborghini Countach LP500 S reaparece, à venda

Todo mundo fala muito do impacto inicial do desenho do Countach, quando apareceu como o conceito LP500 em Genebra, 1971. Mas o que se fala pouco é o fato de que suas vendas, e seu sucesso como template básico de Lamborghini do futuro, só decolaram realmente com o aparecimento do Countach LP400 S em 1978.

O “S”, com seus paralamas alargados e enormes Pirelli P7 de perfil baixo, realmente criaram a lenda atual do carro. A famosa asa traseira, por exemplo, só apareceu nos S. Sua aparição na abertura do filme Cannonball Run (com outra asa na frente!) o tornou uma lenda imediata. Em 1982, graças ao novo motor de 4,8 litros e 375 cv, se tornava o LP500 S.

Agora é a chance de se ter um pedaço da história da marca: o primeiro dos LP500 S foi encontrado e será leiloado no estado em que foi encontrado, o barn-find tão popular hoje em dia. O carro é o que foi exposto em Genebra 1982, mas não é o seu único motivo de fama: foi também o carro de Carlos Cavazo, guitarrista da banda Quiet Riot. Come on, feel the noise – of my Lambo!

Cavazo trocou os carburadores de fábrica por injeção eletrônica de combustível e depois de usar o carro por 15 anos, o depositou na Franco’s European Sport Cars, em Van Nuys, Califórnia. Lá ficou, juntando poeira, até que o dono da concessionária faleceu em 2021. Agora, foi redescoberto, retirado do depósito, o imbróglio legal de propriedade resolvido, e colocado à venda.

O carro está com 41.100 milhas (66.198 km) no odômetro apenas, mas está bem gasto. Vai precisar de uma renovação completa, com certeza. No entanto, é definitivamente algo que vale a pena se preservar, tanto historicamente quanto financeiramente. À venda em Houston, Texas, o preço pedido para é de US$ 695.000 (R$ 3.412.450). (MAO)

 

Giotto Bizzarrini, 1926-2023

Sim, ele ainda estava vivo até este sábado passado. Faleceu dia 13 de maio, aos 96 anos de idade, talvez o maior engenheiro automobilístico italiano da era clássica ainda vivo, Giotto Bizzarrini.

Natural de Livorno, a vida e a carreira de Bizzarrini não pode ser repetida: foi testemunha viva da história do supercarro italiano, e parte intrínseca dela. Trabalhou na Alfa Romeo, e na Ferrari, onde chefiando a área de teste criou tanto o 250 GT SWB quanto o 250 GTO, ambos os carros até hoje considerados o ápice do Ferrari tradicional. Foi demitido em 1962 com mais sete gerentes, na famosa noite do facão que causou a diáspora do time original da Ferrari.

Fundou a ATS com Carlo Chiti e o Conde Volpi. Projetou o primeiro motor da Lamborghini, o V12 que estaria no Miura e no Countach, e que criou a mítica da empresa. Criou o Ferrari “Breadvan”, um GTO “EVO”, para a Scuderia Serenissima. E criou os Iso Rivolta e Grifo, em Bresso.

RIP Duca D’Aosta: a história do último Bizzarrini

Foi também um fabricante independente, com ajuda da plataforma que projetara para a Iso, e os Chevrolet V8 de Corvette. O seu 5300 GT ainda é considerado por muitos sua obra prima, um carro tão sensacional que recentemente voltou à produção na Inglaterra.

O Bizzarrini 5300GT, de volta à produção.

Mesmo depois do fim de sua carreira na indústria, Bizzarrini não parou; se tornou professor na Universidade de Roma, desenvolvendo projetos avançados, construindo e desenvolvendo seus próprios carros esportivos com seus alunos. Era incansável, e vivia no mundo real, físico, dos veículos; teria dito que “Não sou um designer de automóveis, sou um trabalhador”.

Bizzarrini era uma testemunha de um mundo diferente, onde o mundo olhava com carinho para alguns artesãos que faziam na Itália os melhores carros de competição, e os mais fantásticos supercarros do mundo. Uma tradição ainda viva, se com um pouco menos do brilho que tinha quando ele era ativo nela. RIP Ingegnere. (MAO)