ja virou cliche dizer que o automobilismo dos velhos tempos era muito mais emocionante perigoso e romantico que o atual mas como dizem por ai se cliches nao tivessem uma ponta de verdade eles nao se tornariam cliches estes incriveis monopostos movidos a turbina usados pela lotus final da decada de 60 mostram essa ponta de verdade na comparaçao com o automobilismo moderno o fim dos anos 1960 e o começo dos 1970 foram uma fase de experimentalismo e pouquissimas regras com uma grande abertura as novidades e descobertas havia todo tipo de soluçoes ineditas criativas e as vezes um tanto absurdas em busca de alguma vantagem sobre os rivais foi assim que surgiram carros de seis rodas com traçao integral os carros em formato de bule de cha asas em forma de tabua de passar e com exaustores de helice na traseira e um dos maiores cientistas malucos da epoca era colin chapman o genio fundador da lotus tinha as ideias as colocava em pratica quase sempre ganhava corridas com elas e acabava influenciava todo mundo em 1967 chapman foi aos eua disputar as 500 milhas de indianapolis e voltou assombrado pelo carro turbina de parnelli jones que teria vencido a corrida se a transmissao nao tivesse quebrado a tres voltas do final passado o choque ele decidiu que poderia voltar a vencer com um carro turbina como o do americano e passou a trabalhar no que se tornaria o lotus 56 alem da propulsao a turbina chapman deu seu toque de inovaçao ao projeto e decidiu adotar traçao nas quatro rodas para despejar os 500 cv no asfalto — o que significa que o motor a turbina e um turboeixo — alem de um perfil em forma de cunha o mesmo que permaneceria em seu proximo carro o lotus 72 como voce pode ver na foto abaixo o carro ganhou a cor vermelha do patrocinador e seria pilotado por jim clark alem de graham hill joe leonard e art pollard agora a romantizaçao da epoca frequentemente oculta a cruel realidade de boa parte daquelas inovaçoes a letalidade dos acidentes jim clark morreu num acidente de f2 em hockenheim pouco antes dos treinos de classificaçao e mike spence morreu testando o proprio 56 em indianapolis leonard conseguiu a pole e liderou quase toda a prova mas um problema no eixo que tocava a bomba de combustivel o tirou da corrida enquanto hill bateu e o carro de pollard quebrou apos a prova os motores de turbina foram banidos do regulamento da indy mas chapman e o projetista maurice philipe esperaram a pratt & whitney disponibilizar um propulsor em acordo com o regulamento da formula 1 isso aconteceu em 1971 quando o lotus 56b chegou as maos de emerson fittipaldi e dave walker para a disputa da temporada https //www youtube com/watch v=ulmlrjc86yw o novo motor produzia cerca de 600 cv em uma epoca em que os motores a pistao geravam cerca de 450 cv — caso do classico cosworth dfv era compacto e nao necessitava de radiadores mas exigia enormes tanques de querosene nas laterais e uma assustadora saida de escape logo atras da cabeça do piloto a exemplo do seu antecessor o lotus 56b nao possuia freio motor na hora de parar ele confiava em freios convencionais do tipo inboard — que sao montados no chassi e nao na ponta dos eixos como o conjunto motriz tambem nao possuia marchas o piloto poderia acelerar com o pe direito e frear com o esquerdo como em um kart — habito que so iria se popularizar na f1 a partir da segunda metade dos anos 1990 com o fim da embreagem acionada por pedal [gallery columns= 2 link= file size= medium type= grid ids= 145733 145734 145735 145736 ] o carro estreou na race of champions de 1971 em brands hatch com emerson fittipaldi ele classificou o carro em setimo e fez 34 voltas ate sua suspensao traseira se quebrar forçando o a abandonar a prova ate ai o carro tinha potencial tanto que chapman insistiu colocando o carro para correr no daily express spring trophy outra corrida extra campeonato com reine wisell ele classificou o carro em nono mas abandonou com 14 voltas com um pneu furado a terceira tentativa de avaliar o carro aconteceu no brdc international trophy de 1971 com emerson fittipaldi a prova teve duas baterias na primeira emerson teve uma quebra na suspensao mais uma vez e abandonou na segunda ele terminou em terceiro lugar um resultado promissor o suficiente para convencer chapman a inscrever o 56b em uma prova do campeonato esta prova foi o gp da holanda em zandvoort com dave walker ao volante o britanico classificou se mal ficando na 22ª posiçao e para piorar bateu na quinta volta no mes seguinte julho de 1971 foi a vez de reine wisell tentar um desempenho melhor com o 56b no gp da gra bretanha em silverstone classificou em 19º e terminou em 13º mas acabou desclassificado porque ficou 11 voltas atras do vencedor a ultima tentativa do lotus 56b aconteceu no gp da italia de 1971 agora com emerson fittipaldi ao volante se com um vencedor de gp o carro nao andasse bem ele nao andaria bem de jeito algum emerson classificou o carro em 18º mas na corrida conseguiu terminar em oitavo nao foi exatamente uma escalada porque somente 10 carros terminaram a prova ele ficou uma volta atras do vencedor e com este resultado colin chapman decidiu retornar ao lotus 72 e abandonar definitivamente a traçao integral e o motor a turbina o problema do lotus 56b era acima de tudo seu peso por isso ele era muito rapido nas retas mas deficiente nas curvas alem disso era fragil e pouco confiavel — em parte graças ao seu peso e a complexidade de ter dois eixos motrizes sem o lotus 56b para dividir os esforços da equipe chapman concentrou os investimentos no desenvolvimento do 72d que viria a colher os frutos no ano seguinte ao conquistar os titulos de construtores e pilotos mas esta historia voce ja conhece muito bem
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