Estamos a dois passos de uma década de FlatOut Brasil. Quase um quarto de minha vida e do Leo Contesini dedicados a este algo tão difícil de caber em uma palavra descritiva: temos um canal, grupo secreto (exclusivo aos assinantes FlatOuter), redes sociais e podcast – é injusto dizer que se trata de apenas um site. Chamar de “empresa de mídia” passa um corporativismo que não nos representa. Já usar “marca” parece não valorizar o conteúdo.
Oito anos da casa dos entusiastas automotivos. O nosso boteco. O seu boteco. Pronto.
De todos estes oito, talvez este seja o ano mais importante do FlatOut depois do ano de seu nascimento, pois tivemos mudanças dramáticas que puseram à prova a nossa essência. De um lado, tivemos a partida do escriba Dalmo Hernandes, que nos acompanha desde o nascimento do Jalopnik e por toda a história do FlatOut, e do Felipe Cluk, responsável pela profissionalização dos nossos vídeos: sem ele, nosso canal não seria o que é hoje. Cada um buscando um caminho completamente diferente, mas tudo dentro de um mês, o que nos deixou insanamente preocupados: o que será que nossos leitores iriam pensar? Será que pensariam que brigamos, que houve alguma situação? E como substituir membros tão importantes em tão pouco tempo? Será que conseguiríamos preservar o espírito?
Jantar de despedida do Cluk e do Dalmo: dez kg de Parmigiana no bucho!
Mas as forças dão um jeito de se equilibrar. Do outro lado, tivemos a consolidação do maestro Marco Antônio Oliveira e seus deliciosos textos. O MAO começou no ano passado, foi se ajustando ao cockpit e hoje acelera fundo, tanto nos seus ricos textos de história quanto nos podcasts e nos vídeos – sim, teremos mais MAO Drives e Entrevistas (agora em vídeo!) em 2022, fiquem antenados. E neste ano, tivemos a chegada do Pedro Spina por trás das câmeras e edição, fazendo um trabalho com linguagem cinematográfica espetacular.
Em algumas semanas, a ansiedade foi embora e recuperamos a confiança. Porque o trabalho desta nova dupla não só manteve a alma do FlatOut intocada como trouxe muitos novos frutos. E isso me fez pensar no paradoxo do navio de Teseu, da mitologia grega: após décadas de manutenção e substituição gradual de todas as peças, é o navio de Teseu ainda o navio de Teseu? No nosso caso, absolutamente sim: existe uma alma que costura cada membro, cada vídeo, cada texto e cada postagem do FlatOut. E isso está além de mim, do Leo, do MAO, do Spina e de todos os membros que são ou que já foram de nossa equipe. Embora garantir que essa raison d’etre se perpetue como o espírito original seja, talvez, a minha principal responsabilidade no FlatOut. Mais do que escrever ou apresentar vídeos.
Este foi o ano em que dois sonhos foram realizados. No primeiro semestre, a chegada da minha Alfa Romeo GTAm, o meu sonho de adolescência absoluto (quem leu esta matéria de 2014 sabe que é verdade). E este foi o ano em que eu experimentei cobrir a temporada de Fórmula 1 dentro do meu Instagram pessoal @julianobarata e o resultado foi fabuloso.
Ano que vem teremos algo mais oficial: estamos definindo se esta cobertura será feita no Autoline ou no FlatOut, mas ela acontecerá. E isso é uma coisa muito maluca: a cada ano, estamos com uma nova presença em uma nova plataforma, com novos conteúdos. Tudo isso só é possível graças à audiência de vocês, queridos leitores.
E o FlatOut ano-modelo 2022?
Com a pandemia cada vez mais sob controle, teremos mais FlatOut Midnight também. Aos assinantes do plano FlatOuter, isso também significa que faremos a sonhada visita ao Museu do Badolato e teremos mais encontros – estou de olho em realizar um evento no sul, o que acham? E por fim, juro, de coração, que teremos novidades nos conteúdos de pilotagem. De tudo o que me comprometi a fazer, esta é a minha maior dívida e a minha maior paixão. Preciso saldar esta dívida com vocês.
Agradecemos de coração por estarem conosco. Foram 365 dias extremamente puxados. Entre altos e baixos, rupturas, nascimentos, novos projetos e a evolução de tudo o que já existe, às vezes me pego me perguntando: quem diria que iríamos teimar em existir por tanto tempo?
Um grande abraço!