Ainda que o ler FlatOut! seja uma excelente maneira de gastar seu tempo, às vezes é preciso sair da frente do computador e conhecer o mundo. Perguntamos aos nossos leitores quais eram seus destinos dos sonhos para uma viagem automotiva, e estas são as melhores sugestões que eles deixaram!
Ah, e Nürburgring não está na lista — o circuito é hors concours e a ideia era que vocês sugerissem destinos além do Inferno Verde. Esclarecido isso, vamos lá?
Passo Stelvio — Itália e Suíça
Frequentemente citada como “a melhor estrada do mundo” (pelo Top Gear, inclusive), o Passo Stelvio é uma das estradas pavimentadas mais elevadas do mundo, a 2.757 m de altitude, e mudou bem pouco desde que foi construída, entre 1820 e 1825. Tem mais de 70 curvas — 48 delas marcadas com pedras numeradas para que os motoristas possam desafiar a si mesmos percorrendo o trecho no menor tempo possível. O problema é que, na maior parte do ano, o Passo Stelvio está cheio de turistas e motociclistas, o que pode tornar difícil aproveitar o local como se deve.
Serra do Rio do Rastro, Santa Catarina — Brasil
Das serras brasileiras, a do Rio do Rastro é a mais lembrada por sua capacidade de proporcionar prazer ao volante (respeitando os limites de velocidade e o bom senso na hora de atacar as curvas, claro). Não é à toa que a estrada, usado como pista para provas de subida de montanha e cenário para vídeos de drift, foi considerada “a estrada mais assombrosa do mundo” pelo jornal espanhol El Periodico, provocando debate sobre o sentido de “assombrosa” — assustadora ou espetacular? De um jeito ou de outro, a Serra do Rio do Rastro é um destino dos sonhos bem tangível para um entusiasta brasileiro, e isto é o que importa.
Ushuaia, Patagônia — Argentina
Quer ir ao fim do mundo? Você pode chegar bem perto ao visitar Ushuaia, no extremo sul da Argentina, capital da Província da Terra do Fogo. Ushuaia é conhecida como “a cidade mais austral do mundo” — de fato a Antártida fica relativamente perto. Para chegar até lá, porém, você passa por desertos, planícies ao nível do mar e elevações de até 3.500 metros de altitude — sempre rodeado por paisagens estonteantes (e se você já viu argentinos dirigindo, sabe que limites de velocidade são meras sugestões). É um roteiro e tanto, sem precisar sair do continente.
U.S. Route 66 — EUA
A Rota 66 é uma rodovia histórica que atravessava sete estados dos EUA em um percurso de 3.940 km e ligava Chicago a Los Angeles. É um símbolo da liberdade que os americanos tanto valorizam — ainda mais porque, em 1985, deixou de fazer parte do sistema de rodovias do país (as Interstates) Alguns trechos foram abandonados, e outros foram reaproveitados como rotas alternativas para outras rodovias. Não dá mais para atravessá-la de ponta a ponta sem interrupções, porém ainda é possível planejar um roteiro e curtir o asfalto estreito no meio do deserto americano — de preferência ao volante de um muscle car clássico.
As Autobahnen — Alemanha
Um dos maiores sonhos de todo mundo que curte carros é ir até a Alemanha e poder acelerar sem limite de velocidade nas famosas Autobahnen: rodovias largas, de asfalto impecável que formam uma rede que abrange o país todo. E, em grande parte, o sonho é real — contudo, é preciso deixar claro que sim, há fiscalização para impedir direção irresponsável e que, em trechos urbanos, em obras ou considerados mais perigosos, há um limite de velocidade. Também é preciso levar em consideração o fato de que nem todo mundo esta lá para ver até onde vai o ponteiro do velocímetro — muita gente que dirige pelas Autobahnen respeita o limite recomendado de 130 km/h. Anotou tudo? Escolha um belo carro alemão e aproveite.
Isle of Man
A Ilha de Man é uma dependência do Reino Unido que tem governo próprio e hospeda uma das corridas mais perigosas do mundo, o Tourist Trophy. Mas você não precisa fazer como o Rafa Paschoalin e se inscrever na corrida para sentir o gosto do que é percorrer o Snaefell Mountain Course — o circuito de 60 km usado na prova é baseado em vias públicas e pode ser visitado o ano todo.
As planícies de sal de Bonneville — EUA
Em uma área de 104 km² no estado de Utah, nos EUA, ficam as planícies de sal de Bonneville — o que sobrou de um lago de água salgada que secou há cerca de 10 mil anos. Desde 1907 pilotos vão até lá para acelerar até onde o motor aguentar, e o local é usado para quebrar recordes de velocidade em terra todos os anos durante o Bonneville Speed Week. É um desafio, visto que o sal não tem a melhor das aderências, mesmo compactado para formar as pistas antes de cada evento.
A próxima edição do Bonneville Speed Week está marcada para agosto de 2014, entre os dias 9 e 15. Mesmo que você não vá correr, é um lugar perfeito para apreciar a cultura automotiva.
Monte Haruna — Japão
O monte Haruna é um vulcão adormecido na região de Honshū, no Japão. Ficou famoso porque suas estradas serviram como palco para boa parte das disputas de drift dos mangás e animes de Initial D, e suas touges são um dos destinos favoritos dos entusiastas japoneses por causa disso. Na verdade, o monte Haruna é só um dos vários locais nas montanhas japonesas com estradas tranquilas e cheias de curvas, na medida para acelerar. E, já que você vai para o Japão, aproveite para conhecer a cultura automotiva de lá, que é uma das mais legais do mundo.
Museus pela Europa
Uma das vantagens de viajar pela Europa é que é possível visitar todo o continente por terra, de carro ou de trem. Por que não, então, aproveitar para visitar os museus e sedes de todos os fabricantes instalados por lá? Se você não pode (ou não quer) passar todo o tempo ao volante de um carro, parece uma boa ideia conhecê-los de perto e aprender mais sobre eles. Na Itália, há os museus da Ferrari e da Lamborghini. Na Alemanha, Audi, Porsche, BMW e Volkswagen — e isso é só o começo.
Transfăgărășan, Romênia
Em 2007, o Top Gear disse que o Passo Stelvio era a melhor estrada do mundo. Acontece que, dois anos depois, eles admitiram que, talvez, a Transfăgărășan fosse ainda melhor. Como eles chegaram a esta conclusão? Levando três supercarros (um Aston Martin DBS, uma Ferrari California e um Lamborghini Gallardo) para acelerar pelos grampos, curvas em S e trechos de descida da rodovia de 90 km que liga os dois montes mais altos da Romênia e conecta as regiões históricas da Transilvânia e da Valáquia. Você precisa ir para lá, nem que seja para dirigir um Dacia Sandero com o Conde Drácula no banco do carona.
[ Fotos: R. Dadalt, leilalampe, rob hann, bhood666, thejetexperience, r-t-c ]