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Pensatas

Os quatro que deixei escapar

O primeiro deles foi na minha aurora como dono de um veículo automotor. Apaga isso, foi antes! É uma história de uma pessoa muito diferente, vivendo numa época muito diferente. Me lembro perfeitamente daquele ano, porém. Mil novecentos e oitenta e sete foi o ano em que eu tirei minha carteira de motorista. Logo no começo do ano já vivia aquela angústia louca de alguém que pela vida toda esteve preso ao vil transporte público, mas que logo seria liberto, como todo mundo lá fora com seus carros particulares. Ao pegar ônibus todo dia de manhã no ponto olhava os carros passando com a inveja longa e sem raiva dos resignados à sua realidade: eu era um passageiro, não um motorista. Não o protagonista da minha história; apenas a assistia passar da janela embaçada do 999 que vinha de Charitas, e me desenbarcava na Cinelândia. Esperava ansiosamente aquele mágico dia em que acordaria uma pessoa diferente do dia anterior, um adulto, um maior de idade. E com este dia, o tão esperado documento, um p