FlatOut!
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Zero a 300

Senna na Netflix | O fim do “i” BMW | O “Rolls-Royce” chinês e mais!

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Trailer da série Senna, da Netflix, é divulgado

É claro que a oportunidade não seria perdida. Ontem, aniversário de 30 anos da morte de Ayrton Senna, era a hora ideal para a Netflix mostrar o primeiro trailer de sua nova série sobre a vida de nosso mais famoso piloto. Chamada de forma incrivelmente original de “Senna”, a série terá seis episódios, e vai estrear no serviço de streaming “em 2024”. Sim, não há data fechada para a estreia.

O trailer foca na sua emblemática vitória no Grande Prêmio do Brasil de 1991; ganhar em casa era algo que lhe escapava até aquele dia, e a felicidade de finalmente acontecer certamente um dos pontos altos da curta vida deste piloto de sucesso que nos deixou tão cedo. Cenas de sua vida passam enquanto ele corre, inclusive um beijo na Xuxa, vestida em sua característica livery pornoapresentadora infantil, tão comum nos anos 1980.

A Xuxa é representada pela senhorita Pâmela Tomé (cujo nome é grafado de forma hilária, sem acentos, em reportagens internacionais: muda completamente a fonética), e o Senna, pelo senhor Gabriel Leone. Um ator chamado Matt Mella interpreta o nemesis Alain Prost. A outra namorada famosa, Adriane Galisteu, será interpretado pela senhorita Julia Foti. Segundo a Netflix, a série é uma releitura fictícia da história de sua vida tanto ao volante quanto na vida privada. Começa no início de sua carreira no automobilismo, e nos leva até o fim.

Todos nós que vivemos esta época conhecemos a história de cor e salteado; mas mesmo assim vai ser interessante ver como será retratada, agora nesta série de audiência mundial. Certamente servirá para acelerar ainda mais o mito que é a história do herói que deu a vida pelo seu esporte e missão neste plano. Veremos! (MAO)

 

BMW abandona o “i”. O de trás, não o da frente.

As marcas de luxo alemãs Mercedes-Benz e BMW, há muito tinham acertado a lógica de seus nomes: carrocerias definidas por letras ou números, seguidos por outro número que determinava o deslocamento do motor. Mas desde os anos 1990, com o número de carrocerias proliferando e os deslocamentos perdendo importância, além do advento de motores elétricos, híbridos, e tudo mais, acabou criando uma proliferação alfanumérica de nomes impossível de se entender.

A Mercedes recentemente começou a tentar colocar alguma ordem na bagunça defenestrando o seminovo aposto elétrico “EQ”. Não é muito, mas é um começo. Agora, parece que a BMW também está gastando algum tempo para organizar melhor esta bagunça.

Um executivo da BMW confirmou ao BMWBlog que a letra “i” será retirada dos nomes dos carros da marca. Não, não o “i” no começo do nome, que indica o veículo ser elétrico; o “i” no final. Aquele, que apareceu nos anos 1970 para diferenciar os carros com carburadores dos com injeção de combustível, e nunca mais foi embora.

Carburador? Era um sistema pré-histórico e mecânico acoplado à admissão dos motores à gasolina e Etanol, que fazia a mistura e o controle da velocidade do motor, hoje substituído pelos vários sistemas de injeção e admissão eletrônicos do motor, vale explicar para os mais jovens.

Como curiosidade, um BMW injetado à gasolina certa vez recebeu o aposto “e” ao invés de “i”: era o 325e para o mercado americano dos anos 1980, que indicava um motor exclusivo de alto torque e baixa emissão, só para os EUA. Deslocava 2,7 litros e era injetado, então logicamente deveria ser um 327i. Mas enfim…

Não se sabe ainda o cronograma de abandono do “i”. Embora pareça estranho ver inicialmente um “320” sem o “i” no final, tenho certeza de que nos acostumaremos. Ainda não está claro também o que acontecerá com os diesel, que trocavam o “i” por um “d”, minúsculo também. Sim, diesel; ele ainda existe. Como é algo diferente, provavelmente o “d” continuará. Veremos! (MAO)

 

Ferrari dá teaser de seu novo cupê V12

A Ferrari mostrou um teaser que mostra um senil Enzo dizendo que Karajan (Herbert Von; famoso maestro austríaco e consumidor em série de Ferraris) lhe disse que a música do V12 era única e impossível de reproduzir, nem pelo melhor maestro. Uma citação famosa e lúdica como só Enzo himself sabia pontuar bem em suas conversas.

Depois da citação, se ouve o som do V12 aspirado moderno da marca, com suas trocas de marcha rápidas via câmbio DCT, soando como soluços. O irônico aqui é que certamente não é exatamente este som a que Karajan se referia; apesar de bonito pacas, é definido sim em laboratório, por técnicos e músicos empregados pela empresa. Nada acontece mais à toa, e as harmonias acidentais “impossíveis de reproduzir” são coisas do passado. O som a que Von Karajan se referia é mais rico e variado; está mais para este aqui:

Mas enfim: a peça de propaganda existe para anunciar que amanhã estreará a mais nova Ferrari: a substituta do atual topo de linha 812 Superfast, que está em produção há sete anos. Além do som, a única coisa mostrada é o letreiro “Ferrari” tradicional, que costumava ficar na tampa do porta-malas; parece que voltará.

O atual 812 Superfast

O carro atual é dificilmente algo ultrapassado: um V12 aspirado de 850 cv é algo que parece moderníssimo e diferente neste mundo turbocomprimido atual. Mas a Ferrari tem que estar no topo sempre; é hora de um novo carro. A empresa há muito que defende manter vivo o seu motor de 12 cilindros aspirado; o “SUV” Purosangue tem um deles. Mas sim, andando também conforme a banda toca, tem híbridos na linha, e promete seu primeiro 100% elétrico para ano que vem.

Disse o chefe de design da Ferrari, Flavio Manzoni, à Autocar: “Pessoalmente, acredito que temos que lutar por este motor. Do ponto de vista tecnológico, não é o mais eficiente. Um V8 turbo poderia melhorar em termos de desempenho. Mas do ponto de vista emocional, é o melhor que você pode ter.” Amém! (MAO)

 

Hongqi Guoya é nova versão da limusine chinesa

Ah, o Hongqui. Uma marca do início da indústria chinesa, de quando a China era nada mais que um país cheio de bicicletas e gente, e quase nenhum carro. A empresa que os produz é a FAW (First Automotive Works), uma estatal que iniciou a indústria chinesa em 1953. No início seu principal produto era um híbrido terceiro-mundista engraçadíssimo: um Simca Vedette (antecessor de nosso Chambord) com mecânica de Mercedes-Benz quatro cilindros de 1,9 litro, o Dongfeng CA71. Híbrido no sentido de mistura, não de propulsão semi-elétrica, claro.

Dongfeng CA71

Mas o mais famoso produto desta empresa, especialmente nos primeiros anos desta indústria, é sua enorme limusine para uso “do partido”, o Hongqi CA72 “Red Flag”. Feito à mão sem se olhar o custo, para uso cerimonial, sempre teve baixo volume, e quase nunca saía de seu país isolado; por isso sempre despertou a curiosidade do ocidente. O primeiro carro era mecanicamente baseado em Chrysler Imperial; depois, nas limousines russas Zil, também baseadas em carros americanos dos anos 1950.

Hongqi CA72 “Red Flag” 1958

O carro oficial chinês mudou muito, mas nunca morreu de verdade nesses últimos 70 anos. Agora, temos uma nova versão, agora que a a China é o maior mercado de carros do mundo, e sua indústria, o bicho-papão que mais mete medo no ocidente.

É o Hongqi Guoya, que estreou no Salão do Automóvel de Pequim. Como revelaram fotos recentemente vazadas, o exterior do Guoya parece ter influência da Rolls-Royce, Bentley e Cadillac. Uma enorme grade cromada chama imediatamente a atenção, e há também em cima dela um adorno de capô retrô, como em um Rolls-Royce, mas sem Eleonor Thorton como modelo para ele.

Spirit of Ecstasy: a amante que virou símbolo da Rolls-Royce

Segundo a mídia local, os faróis do novo Guoya “são tão complexos que podem exibir símbolos na estrada”. É um carro grande, claro: 5.353 mm de comprimento num enorme entre eixos de 3.260 mm. Também é recheado de luxo no idioma tecno-chinês moderno, como se pode esperar.

O motor básico é um 3,0 litros com auxílio elétrico que fornece 389 cv combinados, e a transmissão é automática de oito velocidades. A segunda opção é um híbrido V8 turbo de 4,0 litros com 483 cv e a mesma transmissão. Podem funcionar em modo elétrico, e são plug-in, mas ainda não se sabe a autonomia.

Poderá a tradição desta marca transcender as fronteiras do país e ser importante como uma das marcas que o inspiraram? Difícil; mesmo na China, a procura pelas marcas de luxo ocidentais é grande, e este carro não tem status similar. Pergunte de novo em 50 anos, que teremos uma resposta melhor para isso. (MAO)