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Zero a 300

Sessenta anos de Lamborghini em fotos | Camry e Cherokee não acabaram | A nova viatura da PMSP e mais!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere conosco.

 

Fotos da fábrica mostram 60 anos de Lamborghini

Atenção: esta notícia contém fortes doses de nostalgia e saudosismo. Se você se irrita profundamente com qualquer menção da decadência da civilização ocidental, por favor pule para a próxima notícia. Este saudosismo desenfreado pode causar náusea, vômitos, urticária, incontinência urinária e acessos de raiva espontâneos.

Lá atrás, em 1963, a Lamborghini era um sonho de um homem; a chance  dourada de um monte de jovens criadores de automóveis com um futuro brilhante pela frente. Em pouquíssimos anos, Ferruccio e seu bando de “crianças” supertalentosas (Dallara, Stanzani, Bob Wallace) e com ajuda crucial de Giotto Bizzarrini ao criar um V12 lendário, e a casa Bertone com seu enfant terrible Marcello Gandini, iriam criar uma fábrica-utopia de carros impossivelmente belos, avançados, e revolucionários. A Lamborghini era um sonho, um impossivelmente independente e minúsculo startup que rompeu a tradição da indústria do carro esporte e criou algo chamado “Supercarro”, muito antes do termo startup ser inventado.

O Miura criou o termo Supercarro, pois “carro” era ridiculamente insuficiente para descrevê-lo. Em seguida, o Countach mudou de novo tudo, uma impossível cunha cobrindo dois lugares precários amarrados num V12 gigante e seu câmbio. E depois? Depois, teve que parar. A febre de criação desenfreada dos dez anos de Ferruccio Lamborghini como dono e executivo-mor, não podia durar para sempre. Praticamente faliu, e foi mantida por uma série de donos entusiastas, um ímpeto reduzido, uma chama ainda clara, mas bem mais fraca. Sobrevivendo.

Foi só a chegada dos alemães da Audi em 1998 que deu, finalmente, alguma estabilidade na empresa, antes de finanças duvidosas desde seu aparecimento. Com ela veio método e ciência, qualidade e eficiência, e muito sotaque alemão. Nunca mais esteve em perigo de sumir, e nunca teve tanto sucesso e lucro. Completa 60 anos em 2023 mais saudável do que nunca.

A produção passou de 67 Lamborghinis em 1965 para 425 em 1971, nivelando-se para cerca de 450 carros anualmente. Hoje Automobili Lamborghini tem mais de 2.000 funcionários e produz mais de 9.000 carros por ano. Nos últimos 60 anos, a sede da Lamborghini passou por atualizações, ampliações e reconfigurações com base nas necessidades de produção, ambientais e tecnológicas, mas continua no mesmo lugar e com a tradicional fachada preservada, uma fachada que nos lembra tempos diferentes.

A Audi salvou a Lamborghini e a tornou grande; mas como nada é perfeito, a chama humana, a incrível e revolucionária empresa que mudava todo panorama e dava arrepios de medo em Enzo Ferrari à cada lançamento, a incrível criatividade e loucura que marcaram seus primeiros dez anos, desapareceu. Tecnicamente superior, artisticamente falida; seu sucesso apenas valida os frios, insípidos e inodoros valores atuais de marcas que são agora apenas grife, estampada neste caso inclusive em um SUV Audi reestilizado. Lamborghini se tornou um nome cujo valor é protegido por supercarros espalhafatosos, mas cujo ganha-pão é a exploração da grife para gente que nem sabe o significado real dela.

O motivo de contar tudo isso? Uma sensacional série de fotos da fábrica em Santa Agata Bolonhese, publicadas pela empresa como parte das comemorações deste aniversário tão importante. Nas fotos, o que descrevi agora pode ser visto acontecer lentamente, de gente fazendo carros artesanalmente em poucos postos de trabalho, assoalho de ladrilhos antigos e parede amarela-pastel, até a literal chegada dos robôs e um ambiente clinicamente limpo e branco, um hospital, uma desumanização da produção em nome da perfeição técnica.

A a Audi pelo menos a manteve viva até hoje, e dentro de cada um de seus carros esporte bate forte um coração V12 ou V10, sonoras e entusiasmante lembranças de um passado glorioso. De alguma forma, mantém vivo o legado sensacional de seu início. Nada é para sempre e tudo muda; pelo menos neste caso nos ajuda a lembrar de uma época em que o mundo prestava atenção não em corporações gigantes, mas numa pequena utopia fincada no centro do mundo do carro esporte: a Automobili Ferruccio Lamborghini, Spa. (MAO)

 

O único TVR Cerbera Speed 12 de rua aparece à venda

Cerbera Speed Twelve. O nome, sozinho, já evoca um monstro. No caso, um monstro mitológico, um cachorro gigante de três cabeças que guarda os portões do inferno. Mas “Speed Twelve” evoca, claro, outra coisa para a gente: velocidade e doze cilindros. Um monstro veloz de doze cilindros. Um raro caso em que o nome descreve completamente o veículo.

Esta besta fera é fruto de uma ideia maluca entre as várias ideias malucas que saíam da TVR nos anos 1990. Baseado no TVR Cerbera, o veículo foi planejado para ser o carro de rua de maior desempenho do mundo, e a base para um veículo de competição da classe GT1. No entanto, problemas durante o seu desenvolvimento, mudanças nos regulamentos da classe GT1 e a eventual realização que homologá-lo seria praticamente impossível, forçaram seu fim prematuro.

No centro do monstro estava o motor, a junção de dois seis em linha speed six da TVR: 7,7 litos e “mais de 1000 cv”. A empresa nunca homologou a potência final, ou cumpriu a promessa de ser mais veloz que o Mclaren F1, talvez chegando aos 400 km/h, muito antes do Veyron. Mas você entendeu: um monstro mitológico de três cabeças, V12 de quase oito litros, e muita velocidade.

Apenas um carro com especificação de rua sobreviveu, e é este carro que será leiloado dia 20 de maio pela Silvestone Auctions. A empresa diz que o carro, originalmente propriedade do famoso dono da TVR na época, Peter Wheeler, tem “o motor V12 de 7,7 litros e 840 cv original, e a evolução final da carroceria de fibra de carbono/Kevlar do carro de corrida com assoalho plano e a aerodinâmica mais evoluída.” Diz também que é o único carro desenvolvido para rua, embora aqui “de rua” seja usado generosamente: obviamente é um carro de corrida que pode ser emplacado apenas.

“O carro foi totalmente recomissionado em 2014, após sua aparição no Goodwood’s Festival of Speed, onde ganhou o prêmio de melhor da classe no ‘Style et Luxe’ Concours d’Elegance. Foi sempre mantido em plena saúde mecânica e cosmética, e está pronto para pista”, diz a Silverstone auctions.  É a chance de fazer parte da história do automóvel; um carro único, e que foi extensamente estampado nas capas de revistas mundo afora quando novo. (MAO)

 

Jeep Cherokee e Toyota Camry NÃO vão morrer

Não, não fique impressionado com as notícias precoces. O Jeep Cherokee, um dos mais tradicionais nomes da marca famosa, não morreu. É apenas uma pequena pausa.

No final do ano passado, a Jeep anunciou que deixaria inativa sua fábrica em Belvidere, Illinois. Isso interrompeu a produção do Cherokee, cujas vendas caíram nos últimos anos. No entanto, segundo a Jeep, não obstante as notícias generalizadas que estava acabado, o modelo “não está cancelado”.

A Jeep disse ao site Motor1.com americano: “Temos planos para esse veículo importante, que revelaremos no devido tempo”. Sim, o carro não vendia bem e teve sua produção cancelada, mas o substituto vai aparecer. Só não se sabe quando. Uma pausa.

Da mesma forma, notícias precoces da morte do sedã Toyota Camry são exageradas. Sim, a Toyota vai parar de vender o carro, mas somente no seu mercado local japonês. É o fim de 43 anos de história do modelo no Japão, mas ele continua nos outros mercados mundiais.

O sedan é hoje algo criado e direcionado ao mercado americano: um carro barato para família lá, mas grande demais, e luxuoso de menos, para as apertadas ruas japonesas. Vendeu menos de 6000 carros ano passado, em seu país de origem.

Em outros mercados, é grande sucesso: a Toyota vendeu 600.000 unidades no ano passado, mundialmente. Mais de 295.000 deles nos EUA. Sim, estamos a caminho da singularidade SUV, com cada vez menos vendas de sedãs e peruas, mas ainda existe um mercado para eles. Pelo menos por enquanto. (MAO)

 

PM estreia nova viatura: Toyota Corolla Cross

Já se foi o tempo em que os criminosos tremiam de medo e gritavam que a Veraneio Vascaína cruzava a esquina. Toda pintada de preto, branco, cinza e vermelho com números do lado. Bem, o mundo sempre se move adiante, e no lugar daquela viatura icônica tivemos várias encarnações diferentes do “camburão”, de Toyotas propensas a capotar com chassi separado até, agora, uma com imagem bem menos agressiva: um Corolla Cross.

A PM de São Paulo mostrou o novo carro da corporação, que estreia um novo livery, um novo grafismo exclusivo. E que é, bem… preto, branco, cinza e vermelho com números do lado.

As imagens publicadas pela página Viaturas PMESP mostram um Corolla Cross na inesperada decoração de carro de polícia. Segundo a página a nova proposta de viatura foi apresentada na última quarta-feira ao Comando Geral da PM. Parece ser um Corolla Cross XR, a versão de entrada do SUV.

A Veraneio, ou mesmo a antiga Hilux, na verdade, não deixam saudades. Este “SUV de shopping” é na verdade um carro infinitamente melhor, seja em durabilidade e solidez, seja em potência, estabilidade e velocidade. É um 2.0 flex de 177 cv e 21,4 mkgf, com câmbio automático CVT, e estabilidade alguns níveis acima dos camburões com chassi separado. Pode não parecer tão macho e assustador como a Veraneio, mas é melhor. Afinal, estamos em 2023, e qualquer menção de macheza se iguala a misoginia, e ninguém quer isso né? Nem a PM! (MAO)