FlatOut!
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Zero a 300

Câmbio manual vive | Ineos Grenadier na América do Sul | Alpine em cresce em vendas e mais!

Bom dia, FlatOuters! Bem-vindos a mais uma edição do Zero a 300, nossa seleção diária com tudo o que está rolando de mais importante no universo automobilístico para você não ficar rodando por aí atrás do que interessa de verdade. Gire a chave e acelere com a gente!

 

Câmbio manual vende bem em esportivos durante 2023

O site americano Motor1 teve uma excelente ideia: perguntou para todos os fabricantes de automóveis que vendem carros com câmbio manual naquele país qual foi a porcentagem de carros vendidos com este tipo de câmbio em 2023.

O resultado é muito interessante: basicamente o câmbio manual ainda é muito procurado em carros esporte, mas pouco em carros de uso básicos que ainda os oferecem. O resultado entre os esportivos é melhor do que o esperado, e nos carros básicos, pior.

Kia Forte

Poucos carros básicos e baratos ainda oferecem câmbio manual nos EUA: O sedã Kia  Forte é um deles, e apenas 2% dos compradores escolheram câmbio manual. O Jetta tem ao redor de 5% de aceitação de manual em suas versões não-esportivas. O Subaru Impreza/Crosstrek vende apenas 1,6% de câmbio manual.

É uma pena, pois o câmbio manual faz todo sentido em carros baratos: é a mais leve e barata caixa de câmbio que existe, e com ela existem ganhos reais de desempenho e economia de combustível, em motores normalmente usados em carros baratos. Mas “carro barato” é espécie em extinção, como bem sabemos, e lógica nunca foi bom para vender automóvel.

Mas se por um lado os americanos não compram mais carros “normais” com câmbio manual (e falemos a verdade, nunca o fizeram, desde a invenção do automático), quando se fala de automóvel de pretensões esportivas, criados para divertir o motorista além de transportá-lo, a coisa muda de figura. Parece claro que fazer esportivo sem opção manual não é uma boa ideia hoje em dia.

Veja a Toyota por exemplo, que até outro dia só vendia Supra de seis cilindros com câmbio automático: a versão agora vende 43% com câmbio manual. O GR86, um carro que é até incrível (sacrilégio?) que seja oferecido com câmbio automático também, vende 48% com câmbio manual. A versão da Subaru, o BRZ, vai mais além: 79%.

O Subaru WRX também é na sua maioria manual: 74%. Neste caso, ajuda a aumentar a quantidade de gente que opta pelo manual o fato de que a versão automática é um CVT quase universalmente odiado.

Na Porsche, em modelos onde o câmbio manual é oferecido, é escolhido 40% das vezes. Na BMW a surpresa é o M2: exatamente metade deles, 50%, é manual. Nos M3/M4 a aceitação é menor, mas ainda bem significativa: 20%.

Mais da metade dos Mazda Miata são manuais também: 60%. O Mini JCW vende 51% manual, o Cooper S, 22%, e o resto da linha Mini vende 11% manual. Na Volkswagen o Golf GTI vende 50% manual, e tanto o Golf R quanto o Jetta GLI são 40% manuais. O esportivo de tração dianteira Hyundai Elantra N é 25% manual.

A Honda disse que 7% de todos os Civic são manuais, mas isso engloba todos os Civic, e não somente os esportivos manuais Si e Type R. Outras marcas como Chevrolet, Ford, Dodge e Nissan não ajudaram na pesquisa.

O fato é que a aceitação, neste tipo de carro, é maior que o esperado. E mesmo em marcas tradicionalmente automáticas, os carros esportivos que tem esta opção tem boa aceitação: a Acura, que só tem o Integra com esta opção, vende 22% deles com câmbio manual. E pasme: metade dos Cadillac CT4-V Blackwing e CT5-V Blackwing são manuais.

Parece que as notícias da morte do câmbio manual foram, afinal de contas, exageradas. (MAO)

 

Ineos Grenadier chega na América do Sul

Responda rápido: qual é o lugar com a maior quantidade de Land Rover Defender por habitante, em todo o mundo?

A resposta é arquipélago sulamericano chamado de Ilhas Malvinas pelos argentinos, e Falklands pelos ingleses, por incrível que pareça. O lugar, infame pela disputa pela soberania que já chegou às vias de fato nos anos 1980, e de quebra expulsou Clarkson, Hammond e May da Patagônia à pedradas, parece realmente gostar de Land Rover tradicional.

Não é à toa então que a Ineos escolheu as ilhas como o primeiro lugar da América do Sul para vender seu Grenadier. A empresa Falklands 4×4 anunciou que o carro será lançado para venda nas Ilhas Malvinas este ano. O veículo será comercializado no arquipélago pela The Falklands Islands Company, que também é importadora da Land Rover e da Ford naquele mercado.

A Ineos de Sir Jim Ratcliffe, claro, como bem sabemos, faz de tudo para tomar o lugar no imaginário popular antes ocupado pelo Defender original. Embora a nova geração do famoso Land Rover já seja vendida nessas ilhas, os habitantes locais ainda preferem o antigo e robusto veículo todo-o-terreno inglês, em vez da sua variante moderna.

Como a Ineos salvou a história do Land Rover. Literalmente.

O Grenadier é uma tentativa de modernizar o Defender original, depois da tentativa frustrada de Ratcliffe (um fã do carro) em comprar os direitos do original quando foi descontinuado em 2016. O plano original era produzir o modelo no País de Gales, mas a fábrica acabou sendo a antiga instalação da Smart em Hambach, França.

O Grenadier é produzido com dois tipos de carroceria: Wagon (com capacidade para até sete passageiros, ou van de carga com dois bancos somente) e Quartermaster (picape de quatro portas e cinco lugares). O chassi é separado e parrudo como o Defender até 2016, e usa motores BMW seis em linha de 3 litros turbo a gasolina (286 cv) ou diesel (250 cv), câmbio automático ZF de oito marchas, e tração 4×4 tradicional part-time, com caixa redutora e bloqueio de diferencial dianteiro e traseiro.

A linha Ineos vai juntar-se à gama Land Rover Defender (nova geração), Discovery e Ford Ranger (importado da Tailândia), que a The Falklands Islands Company já comercializa no arquipélago. (MAO)

 

Bring a Trailer bate recorde de vendas em 2023

Apesar do aumento das taxas de juros nos EUA, da incerteza econômica e de menos entusiasmo dos colecionadores, o famoso site de leilões automotivos online Bring a Trailer (BaT) conseguiu vender o maior número de carros de sua história em 2023.

Pasme: o site alcançou mais de US$ 1,4 bilhão em vendas de veículos no ano passado. Isso representa um aumento de 2 por cento em comparação com 2022, quando arrecadou US$ 1,35 bilhão. Nada menos que 30.000 veículos foram vendidos pelo site, outro recorde.

O aumento no número de leilões foi significativo para o site, especialmente porque o preço médio de transação caiu de US$ 59.500 em 2022 para US$ 54.000 em 2023, de acordo com a CNBC. É importante notar que todo o mercado de carros clássicos viu uma diminuição nas vendas no ano passado, com as vendas totais em leilões caindo 3%, para US$ 4,19 bilhões em 2023, abaixo dos US$ 4,32 bilhões em 2022.

O site, que desde 2020 é parte da Hearst Autos, diz que a inflação, a incerteza económica e a volatilidade no mercado de ações levaram ao arrefecimento da procura. Mas obviamente, olhando os resultados, o interesse em carros antigos, mesmo assim, se mantém forte. (MAO)

 

Mullin Automotive Museum vai fechar

A notícia triste de hoje vem de Oxnard, Califórnia, lar do Mullin Automotive Museum.

Criado pelo colecionador Peter Mullin e sua esposa para expor sua vasta coleção, o museu é importante por ser “maior coleção particular de automóveis Bugatti clássicos do mundo.” Além disso, mais de 75 móveis criados por Carlo Bugatti (o pai artista de Ettore) também estão expostos no museu, bem como vários carros franceses importantes, principalmente os criados pelos famosos encarroçadores daquele país em sua época de ouro.

Pois bem: o museu vei fechar, depois do falecimento de Peter Mullin setembro passado. Permanecerá aberto por pouco tempo: até dia 10 de fevereiro. Se você tiver condições, uma última visita é altamente recomendada.

Não se sabe o futuro da coleção, mas muito provavelmente será vendida. Para homenagear a memória de Peter, e família fez uma doação de quatro veículos importantes ao Petersen Automotive Museum em Los Angeles: um cupê Talbot-Lago T150 CS Teardrop 1937, um Delahaye 145 1938, um Hispano Dubonnet 1938 e um Delahaye 165 1939. (MAO)

 

Alpine bate recorde de vendas em 2023

Nada mal para uma marca com apenas um carro a venda, e que foi lançado em 2017. A Alpine registou um crescimento de dois dígitos em 2023, num terceiro ano consecutivo de aumento de procura. As vendas aumentaram 22,1% em relação a 2022, atingindo 4.328 unidades. O A110 é agora o cupê esportivo de dois lugares mais popular na Europa, especialmente na Alemanha, onde as vendas aumentaram 34%. Na França o aumento foi também expressivo: 26%.

A Alpine tem 146 concessionários em todo o mundo e abrirá um novo showroom na Turquia no primeiro semestre de 2024. A marca especializada já tem encomendas suficientes para se manter ocupada durante os próximos sete meses, com a procura alimentada pelo lançamento do A110 R Turini no final do ano passado.

O A110 é um sucesso inegável, que parece não envelhecer; mas o aumento de vendas pode ser também um reflexo da ansiedade dos entusiastas europeus para comprar os últimos Alpine “de verdade”: a marca promete, claro, ser 100% elétrica num futuro próximo. (MAO)