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Zero a 300

O Nissan Z na terra | Elétrico com câmbio manual | O Toyota da ONU e mais!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere com a gente!

 

Conheça o Nissan Safari Rally Z Tribute

Já era um fã do conceito de carro esporte para o fora-de-estrada, na teoria. Hoje, depois de, junto com alguns amigos, colocarmos alguns deles para andar em uma fazenda de cana de açúcar, tenho a dizer que provavelmente não há nada mais divertido para se fazer com um automóvel. Bom, não há mais nada divertido a se fazer com um automóvel vestindo calças, pelo menos.

O que me faz ficar feliz com o fato de que a moda parece estar pegando de verdade. Depois do Huracán (Sterrato) e do 911 (Dakar), a Nissan está mostrando um conceito sensacional neste viés fora de asfalto, para a famosa feira SEMA de equipamentos e acessórios americana. Confesso que não sou muito fã das proporções de sombra quadrada ao meio-dia dos Z modernos, mas este carro ficou legal de verdade.

Talvez seja porque lembra imediatamente os Datsun 240Z que ganharam o Safari Rally no Quênia em 1971 e 1973; até a pintura e decoração são as mesmas, e é sensacional. Este carro parece que ficou imediatamente mais interessante com este pacote retrô-off-road-esportivo.

A Tommy Pike Customs construiu o “Safari Rally Z Tribute” com um visual inspirado no vencedor de 1971. É um desenho clássico e imediatamente reconhecível: todo em vermelho escuro, com o capô preto, e faróis auxiliares.

No interior, vem com bancos Recaro Pole Position e uma barra para montagem de cintos de quatro pontos. O painel do lado do passageiro apresenta um mapa do percurso do Safari Rally e alguns equipamentos de cronometragem retrô, uma pequena escorregadela no retrô exagerado, mas compreensível.

A suspensão é KW Safari, personalizada, que aumenta a altura em 2,0 polegadas. Todos os braços de controle da suspensão são ajustáveis, permitindo geometrias e alturas de carro variadas. As rodas são de 17 x 7,5 polegadas e vem com pneus fora de estrada Yokohama Geolandar M/T G003.

Como não podia ser diferente no SEMA, está montado um kit de aumento de potência para o carro, além dos já enormes 400 cv originais. Exatamente quanto não foi revelado, mas certamente não deixará a desejar nesse ponto; no famoso V6 Nissan, com dois turbos, o limite está mais na vontade do preparador; o céu é o limite.

Além do Z de rali moderno, uma réplica do Datsun 240Z original do Safari Rally também estará em exibição na SEMA. Tomara que o sucesso disso inspire uma versão de série! (MAO)

 

Giulia 2023 vira Giulia 1962. Ou quase.

O Alfa Romeo Giulia moderno é um carro simplesmente sensacional, e um que lamentamos todo dia depois do café da manhã não ter sido importado oficialmente para o mercado brasileiro. Mas para alguns, é moderno demais, muito parecido com um BMW, muito longe da antiga artesania italiana que nos deu o quadradão, mas belíssimo Giulia original de 1962.

Mas como a vasta maioria não aguentaria andar no carro original diariamente hoje em dia (nem muito menos a ardida e sensacional reinterpretação da Alfaholics inglesa), outra empresa apareceu para resolver este problema bem específico, e colocar uma roupinha de Giulia 1962 num Giulia 2023. Sim: um Giulia em cosplay de Giulia. Um (Giulia)², em termos matemáticos.

A empresa se chama ErreErre Fuoriserie, e revelou seu novo bodykit de inspiração retrô que foi apresentado pela primeira vez em meados de 2022, mas agora chega em sua versão final de produção. Quase todos os painéis da carroceria do Giulia foram alterados pela casa de design.

Na frente, os quatro faróis circulares são de LED. A ErreErre Fuoriserie também criou uma nova grade prateada e elegante para o sedã e também mudou o formato das entradas de ar inferiores. Um novo capô também faz parte do kit.

O interior também foi reformado, e tenta parecer retrô, mas pelo menos, mais discretamente. As principais mudanças feitas incluem o novo couro marrom na parte superior do painel, nos painéis das portas e nos encostos dos bancos, enquanto outras áreas são revestidas em Alcantara cinza claro.

Uma suspensão Bilstein também foi instalada e o V6 biturbo de 2,9 litros do Giulia, aqui preparado para nada menos que 562 cv, está acoplado à rara transmissão manual de seis velocidades, o que dá ainda mais um gostinho retrô para a estranha contracepção italiana. A ErreErre Fuoriserie planeja construir apenas 33 unidades de seu Giulia retrô, mas ainda não anunciou o preço. Gostou? Eu realmente fiquei discombobulado nessa; não sei nem o que dizer. (MAO)

 

Toyota mostra câmbio manual para elétricos

Todo mundo sabe que o carro elétrico tem um problema grave para nós, entusiastas: por mais veloz e potente que seja, é totalmente desprovido das sensações de vibração, crescimento linear de potência, e ruído que nos fazem gostar tanto da velha combustão interna. Os motores a combustão dão personalidades distintas aos carros, fazendo-os parecerem quase seres vivos e únicos, cada um do seu jeito particular. Elétricos são todos iguais, e, vamos falar a verdade aqui, mais insossos do que um picolé de chuchu diet.

Um problema difícil de resolver, esse, senão impossível. Mas existe uma forma de pelo menos melhorar a interação homem-máquina dos elétricos, que tem se mostrado bem promissora: o bom e velho câmbio manual. Sim, é ilógico: uma das vantagens técnicas do elétrico é não precisar de várias marchas, já que entrega todo seu torque desde zero rpm. Mas não é de lógica que falamos aqui: é de emoção, algo muito mais importante.

A Toyota, a marca mais ligada nesse tipo de coisa hoje em dia, vem estudando seriamente isso. E recentemente, convidou jornalistas para andar num Lexus UX 300e com um pedal de embreagem, e uma alavanca no meio comandando uma caixa de seis marchas. Sim, um elétrico manual. E o que acharam esses jornalistas? A reação parece ser unânime; um deles resumiu: “é muito mais divertido do que eu esperava”.

É algo que definitivamente entrará em produção normal em algum ponto do futuro. Não é uma transmissão manual real: em vez disso, a equipe da Toyota criou uma unidade independente de câmbio manual de seis marchas com um sensor acoplado e um pedal de embreagem. Esses sensores detectam o movimento desses dispositivos e então usam um software para modular artificialmente a quantidade de torque que o motor elétrico envia às rodas. É uma caixa virtual, simulada; mas parece funcionar bem. O motor também simula a linearidade do crescimento de potência, modulando torque eletronicamente. Também simula sons de quatro em linha ou V8, artificialmente.

Sim, qualquer Fusca 1300 é mais envolvente, sem falar de exatas 2837652364 vezes menos complexo e pesado. Mas não se fazem mais Fuscas zero Km, e não existe mais Itamar Franco para fazê-lo voltar na marra. O futuro parece ser complexo mesmo, a simplicidade esquecida, indesejável, infelizmente. Olhando por este prisma, este sistema é algo que parece interessante. Pelo menos, a Toyota está preocupada, e tentando algo diferente. A gente deveria, no mínimo, agradecer a preocupação com a gente. Eu vou aproveitar a oportunidade e fazer isso já: valeu Toyota! Continue tentando! (MAO)

 

Toyota faz Land Cruiser especial para missões humanitárias

O recentemente revitalizado Toyota Land Cruiser série 70, efetivamente um carro dos anos 1980 ainda em produção, parece ter seu mercado cativo aumentado com a recente explosão de crises humanitárias iniciadas por duas guerras de vulto: Ucrânia e Faixa de Gaza. Sim: o série 70 é o veículo preferido da ONU, da Cruz Vermelha, e outras organizações do tipo.

Esta semana, em Genebra (lugar que é sede da ONU e da Cruz Vermelha, por sinal) foi lançado o novo Land Cruiser GDJ76. É um Land Cruiser série 70 totalmente novo, fabricado pela Toyota Gibraltar Stockholdings, uma modificadora e distribuidora de veículos da frota Toyota que vende exclusivamente para organizações de ajuda humanitária.

O novo GDJ76 é a versão atualizada do série 70, agora em versão de trabalho humanitário. É simplificado em relação à versão civil, claro: não tem faróis altos automáticos, painel digital ou tela multimídia. O que ele vem equipado, no entanto, é o Toyota Active Traction Control (ou A-TRAC), e travamento de diferencial manual para maior confiabilidade. A pintura branca é exclusiva e o snorkel preto é herdado do carro anterior.

O motor é o 1GD-FTV, um diesel de quatro cilindros de 2,8 litros acoplado a uma transmissão automática de seis velocidades. É 30% mais econômico que o carro anterior e a potência também aumentou de 129 cv para 201 cv. As emissões diminuíram 30%, o que permite ao GDJ76 cumprir os padrões de emissões Euro4.

A entrega do GDJ76 às organizações humanitárias começará em março e, de acordo com a TGS, as Nações Unidas estão entre os primeiros clientes com uma encomenda de frota considerável. As picapes Toyota são armas de organizações terroristas africanas desde tempos imemoriais; esta perua é a forma da empresa contrabalancear o pêndulo da bondade para o centro de novo. E é um carro interessantíssimo, feito para durar literalmente para sempre. (MAO)